A neuropraxia caracteriza-se por desmielinização segmentar das fibras de grande calibre, sem interrupção axonal. Na condução nervosa motora podemos observar a presença de bloqueio de condução ou diminuição significativa da velocidade de condução através do segmento lesado.
Entretanto, a velocidade de condução acima e abaixo da lesão permanece normal. Na condução nervosa sensorial observamos diminuição da amplitude ou ausência do PANS no segmento lesado.
Há apenas um dano discreto do nervo com perda transitória da condutividade, nas suas fibras motoras. A degeneração walleriana (decomposição química das bainhas de mielina em material lipídico e fragmentação das neurofibrilas) não acontece e a recuperação completa pode ser esperada dentro de alguns dias ou semanas. Isso pode não requerer tratamento porque a recuperação tem probabilidade de ocorrer dentro de poucas semanas, contudo um paciente pode precisar de aconselhamento para realizar o máximo de movimento possível no membro e receber garantias sobre a recuperação gradual da função normal.
Ocasionalmente, com a neuropraxia aparente, algumas fibras podem ser mais extensamente danificadas (axonotmese) com degeneração resultante e, então, é necessário tratamento. O exemplo mais clássico de neuropraxia são as mononeuropatias compressivas agudas, como a paralisia do sábado à noite (paralisia radial no sulco espiral do úmero) e a paralisia da perna cruzada (paralisia fibular na cabeça da fíbula). A recuperação ocorre dentro de semanas e o prognóstico é favorável.
2.1 Diagnóstico e Tratamento
A diferença entre lesão degenerativa e não-degenerativa é determinada pelas reações elétricas dos músculos paralisados. Se depois de três semanas os músculos paralisados responderem aos estímulos de longa e curta duração, então a lesão é do tipo não-degenerativo do axônio, a paralisia é devida à neuropraxia.
No tratamento para as lesões não-degenerativas, serão usadas medidas para prevenção de a mobilidade articular, com exercícios passivos diários de todas as articulações atingidas pela paralisia motora e métodos de estímulos nervosos como Método de Kabat e Bobath. Ocasionalmente, alguma forma de tala temporária é conveniente. É preciso cientificar-se de que a completa recuperação ocorrerá rapidamente.
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe4ecAK/trabalho-neuropraxia-outros