Acredito que a questão tenha sido complicada para muitos candidatos por conta da expressão "produtividade relativa da mão de obra". O que a banca quis dizer exatamente com isso? Relativo ao quê? aos demais produtos que poderiam ser produzidos internamente no país com a mesma mão de obra? aos demais países que poderiam produzir o mesmo produto? ou será que a banca esqueceu que Smith, que também é considerado um clássico, estava preocupado com a produtividade absoluta e não relativa?
Smith e Ricardo consideram produtividade. Tanto Adam Smith quanto David Ricardo, os dois principais representantes das teorias clássicas de comércio internacional, defendem a especialização de cada país conforme o produto em que ele é mais produtivo, ou seja, no produto em que ele tem maior produtividade. Para ambos, você vai produzir e comercializar aquilo que você produz com maior eficiência - aquilo em que sua produtividade é maior. Na época, o principal custo de produção era a mão de obra, portanto é a produtividade de sua mão de obra que vai definir o que você vai produzir e comercializar. Logo, dizer que os clássicos levavam em consideração a produtividade da mão de obra está totalmente correto.
E a produtividade relativa? Fica faltando entender se podemos dizer que os clássicos em geral se baseavam na produtividade relativa. Lembremos que as teorias de comércio internacional de Smith e de Ricardo vão diferir, dentre outros pontos, na questão do tipo de produtividade. Em sua análise de comércio internacional, ao comparar um país com os demais, Adam Smith leva em consideração a produtividade absoluta. David Ricardo, por sua vez, ao retificar a teoria smithiana, enfatiza a produtividade relativa, porquanto também leva em consideração o custo de oportunidade.
- Smith - produtividade absoluta
- Ricardo - produtividade relativa