“Mas os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso
de Demonstrações de Resultados e Balanços avaliados à base de Custeio Variável,
haja vista que este Custeio fere principalmente o Regime de Competência e a
Confrontação. Segundo estes devemos apropriar as receitas e delas deduzir os
sacrifícios envolvidos em sua obtenção. Ora, se produzimos hoje, incorremos
hoje em custos que são sacrifícios para a obtenção de receitas derivadas de
vendas dos produtos feitos, e essas vendas poderão em parte vir amanhã. Não
seria, dentro desse raciocínio, correto jogar todos os custos fixos contra as
vendas de hoje, se parte dos produtos feitos só será vendida amanhã; deve então
ficar para amanhã uma parcela dos custos, quer variáveis , quer fixos,
relativos a tais produtos.”
Contabilidade de Custos, Eliseu Martins, 9ª edição, Ed.
Atlas, p. 202-203
Desse modo, os CUSTOS FIXOS vão direto para o resultado INTEGRALMENTE,
pelo Custeio Variável ! Assim, quando a
produção do período não é totalmente vendida, o CUSTEIO VARIÁVEL
apresentará LUCRO MENOR, pois no Custeio por Absorção, os CUSTOS FIXOS são
proporcionais (parte do Custo fica no Estoque).
Ex:
- Empresa AA produziu 10.000u de algum produto
- Vendeu 50 a R$ 100,00
CF = 100.000 -> CFu = 10
CV = 500.000 -> CVu = 50
C.Absorção:
Vendas = 5000x100=500.000
(-) CV = 5.000x50 = 250000
(-) CF = 5.000x10 = 50.000
LB = LL = 200.000
C.Variável
Vendas = 500.000
(-) CV=250.000
= L.Bruto 250.000
(-) CF = 100.000 (o CF virá integralmente!
Diferentemente do C.Absorção)
= LL = 150.000
Logo, quando a produção não é totalmente vendida, o lucro é
menor no C.Variável porque no custeio por absorção parte dos custos fixos fica no
estoque.