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Entre os migrantes oriundos de países do Sul existem cerca de 82,3 milhões que vivem noutro país do Sul, valor que excede ligeiramente o número de migrantes nascidos no Sul mas que residem no Norte, cerca de 81,9 milhões. Entre 1990 e 2013, o volume de migrantes Sul-Sul sofreu um aumento de 41% passando de 59 milhões para os 82 milhões registados em 2013 (United Nations 2013a).
Sul-Sul 82,3 milhões
Sul-Norte 81,9 milhões
Norte-Sul 13,7 milhões
Norte-Norte 53,7 milhões
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As migrações podem ser voluntárias ou forçadas, como os fluxos de refugiados ou de pessoas que deixam seus locais de origem por causa de catástrofes naturais. A voluntária é a mais recorrente na mídia e tem como uma das principais causas fatores econômicos, em que as pessoas migram em busca de melhores condições de vida. Tendo em vista que a maioria dos países desenvolvidos se encontra no hemisfério norte e que a maior parte dos Estados localizados no hemisfério sul é periférica, o movimento de migração sul-norte é bastante comum. Além disso, como a imigração é um tema considerado problemático na maioria dos países centrais, tem muito destaque na mídia internacional e nas políticas públicas e leis adotados nesses países, o que repercute necessariamente no mundo inteiro. Segundo relatório da ONU de 2013 sobre o assunto, a maior parte do fluxo ainda se direciona a países desenvolvidos (Norte). No entanto, não se trata exclusivamente de um fluxo sul-norte, pois uma parte significativa das pessoas que migram já são provenientes de países desenvolvidos, caracterizando uma migração norte-norte. Na União Europeia, por exemplo, em que existe a livre circulação de pessoas, é muito comum a migração intrabloco. Segundo relatório da ONU, 60% dos imigrantes vivendo em países desenvolvidos são originários de Estados periféricos, enquanto 40% são originários de outros países centrais. Apesar de a migração sul-norte ser a mais conhecida, o número de migrantes que se deslocam para países em desenvolvimento tem crescido significativamente nas últimas décadas. Nesse caso, o mais comum é a migração sul-sul, em que pessoas originárias de países pobres migram para países em desenvolvimento. Como exemplo, podem-se citar a imigração boliviana para o Brasil e a de países fronteiriços, como Zimbábue, para a África do Sul. Essas migrações são frequentemente facilitadas pelo fator geográfico e pelo fato de o controle imigratório ser, em grande parte das vezes, mais brando do que em países centrais. Por fim, caso se leve em conta as migrações forçadas, o fluxo sul-sul é muito maior do que o sul-norte, uma vez que pessoas em situações precárias (guerras, perseguições, catástrofes naturais) tendem a se deslocar para regiões mais próximas de suas antigas casas, o que faz com que os países periféricos sejam os maiores receptores desse tipo de migração. A questão, portanto, está certa. Segue, transcrita, parte do relatório da ONU sobre migrações: "Globally, there were 232 million international migrants in 2013. Of these, nearly 59 per cent lived in the developed regions, while the developing regions hosted 41 per cent of the world's total. Of the 136 million international migrants living in the North in 2013, 82 million, or 60 per cent, originated from a developing country, while 54 million, or 40 per cent, were born in the North. Further, 82 million or 86 percent of the 96 million international migrants residing in the developing world in 2013 originated from the South, while 14 million or 14 per cent were born in the North".
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Qual seria um exemplo?
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Os deslocamentos a partir do Sul –desde os países de rendas baixa e média– para o chamado Norte desenvolvido já não predominam nas grandes correntes migratórias internacionais. Pablo Lattes, pesquisador da Divisão População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, detalha-o assim: “Se olharmos o total das últimas décadas, a rota mais importante é entre México e EUA. Mas se analisamos nos últimos anos vemos como se destacam a Ásia e África. Por exemplo, se na década de 1990 a 2000 o incremento do contingente de estrangeiros deveu-se em um terço às chegadas a Europa e dois terços a América do Norte; entre 2000 e 2010 um quarto deveu-se à Europa, um quarto à América do Norte e quase 40% dos deslocamentos foram para Ásia”. Quando o período que tomamos como referência se circunscreve só aos últimos três anos, “30% corresponde a Europa, 18% aos Estados Unidos e 50% à Ásia”, acrescenta Lattes. “Se simplificamos, podemos dizer que entre 1990 e 2000 o crescimento do número estrangeiros se registrava 100% no Norte e agora é de pouco mais de 50%, enquanto o resto são movimentos Sul-Sul. E achamos que o Sul vai ser a cada vez mais importante”, acrescenta. (https://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/30/sociedad/1391110274_399135.html) (El País. A bússola dos imigrantes já não aponta só para o norte. Madri 30 JAN 2014)
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Com a crises de refugiados devido a guerras civis em países árabes, o grande fluxo migratório é entre esses países e seus vizinhos. Estima-se que apenas 10% dos refugiados atinjam a Europa.
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bruno souza, saberia responder se esses dados ainda são atuais já que a prova se deu em 2014, em contexto mundial diferente.
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Aos não assinantes,
GABARITO: CERTO
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A questão fala de "migrações internacionais" sem especificar a sua natureza e isso é um ponto-chave na assertiva. Como sabemos, a migração pode ocorrer de duas formas: por motivação econômica e migrações forçadas. No primeiro caso, temos um predomínio do fluxo Sul-Norte ainda que o fluxo Sul-Sul também esteja crescendo dentro de regiões específicas e em países em desenvolvimento de alto crescimento como o Brasil e a África do Sul. Agora, as migrações forçadas, por sua vez, se concentram majoritariamente no fluxo Sul-Sul e não no Sul-Norte tendo em vista o fator da urgência e a precariedade da mobilidade nos países emissores de migrantes forçados. Ao somar os dois fluxos: Sul-Sul por motivações econômicas + Sul-Sul por migrações forçadas, temos um fluxo maior do que o Sul-Norte. Acredito que o raciocínio seja esse.
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A questão tem um sério problema de definição do que eh Norte e Sul. Pois a China por exemplo esta toda no hemisfério norte. Assim como a quase totalidade da Ásia.
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Gaucho, a questão se refere ao norte e sul econômico, e não geográfico. Ou seja, países do norte (desenvolvidos) e países do sul (em desenvolvimento).
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"midiatizados"....ranço....