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ID
1169041
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2014
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

        Turistas, funcionários e gestores de empresas circulam pelo mundo, mas a maior parte dos que se deslocam por um tempo mais longo é constituída de migrantes internacionais. A pobreza é a principal causa da mobilidade, mas as defasagens entre sociedades jovens e em processo de envelhecimento, os conflitos, a difusão da informação, a redução dos custos de transporte e as demandas de mão de obra nos países do Norte alimentam os desejos de partida.

                M-F Durand et al. Atlas da mundialização. Compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 28.


Acerca das migrações internacionais na atualidade, julgue (C ou E) os itens subsequentes.


Um aspecto significativo das migrações atuais é o predomínio numérico de europeus, nos fluxos internacionais, em substituição ao predomínio de africanos, asiáticos e latino- americanos.

Alternativas
Comentários
  • As migrações internacionais nos últimos dois séculos podem ser divididas em pelo menos três fases distintas. A primeira delas, do século XIX até a Segunda Guerra Mundial; a segunda, de 1945 até o início dos anos 1970 e, a última fase, seria aquela que vem ocorrendo nos últimos trinta anos. A primeira fase teve como uma de suas características principais o fato de que a grande maioria dos imigrantes era originária do continente europeu. Cerca de 50 milhões de europeus deixaram o Velho Continente nesta fase. Essa intensa imigração teve como causa principal uma forte pressão populacional resultante da explosão demográfica pela qual os países do continente vinham passando desde meados do século XIX. Os imigrantes eram originários de toda a Europa, mas os britânicos, italianos, alemães, espanhóis, russos e portugueses se constituíram em mais de 80% do total. De maneira geral, eles se dirigiram para países “novos” como os EUA, a Argentina, o Canadá, o Brasil e a Austrália.  Um pouco mais tarde o fluxo aumentou por conta dos asiáticos. Primeiramente os chineses e depois os japoneses imigraram para as terras do Novo Mundo. O fluxo se modificou no período entre-guerras. Sua principal característica foi a diminuição numérica dos imigrantes, não só pelo alívio das pressões demográficas na Europa, como também pelas conseqüências da Primeira Guerra Mundial. Também contribuiu de forma decisiva a adoção, por parte da maioria dos países tradicionalmente receptores, de leis que restringiam a imigração, especialmente para aqueles que se dirigiam para os EUA. Por fim, a crise econômica desencadeada em 1929, contribui de forma significativa para a redução dos fluxos migratórios. Depois da Segunda Guerra, os fluxos migratórios mudaram radicalmente. O continente europeu deixava de ser uma área essencialmente repulsora de população.A Europa recebeu nessa época cerca de 13 milhões de imigrantes . Os principais países receptores foram a ex- Alemanha Ocidental, a França, a Grã Bretanha, a Bélgica, a Suíça e a Holanda. Á guisa de comparação, no mesmo período, os EUA receberam quase 3 milhões de imigrantes a menos. A origem dos imigrantes também mudou. O Terceiro Mundo forneceu a maior parte dessas dos imigrantes. Os outros fluxos em direção ao continente europeu vieram da África.
    Já os imigrantes que se dirigiram aos EUA tinham como origem o Caribe, o México, a América do Sul e Central, além daqueles originários dos países do Oriente Médio, sul e sudeste asiáticos.
    Atualmente, maioria dos imigrantes continua a se dirigir preferencialmente para os EUA e Europa. Em contrapartida, os países onde se originam os fluxos de saída são muito diversos. Entre 1991 e 2000, os fluxos migratórios mundiais em direção à Europa norte-ocidental devem ter sido da ordem de 15 milhões de pessoas, sendo que metade delas vindas do antigo bloco soviético e, o restante, originários do Magreb, África em geral e Ásia.

  • Errado. Nas migrações atuais, o predomínio numérico é de não-europeus, sendo eles latinos, asiáticos e africanos. As duas maiores correntes migratórias, Sul-Norte e Sul-Sul ( imigrantes indo para EUA e Europa ou imigrantes do hemisfério sul se deslocando para outros países do sul ) contam com um total de 144,2 milhões de pessoas, número considerável em relação àqueles que vão do Norte para Sul - 13, 7 milhões e o migrantes do Norte- Norte, 53,7 milhões.

  • Tendo em vista que um dos principais fatores que fundamentam a migração internacional é de cunho econômico, observa-se a predominância de imigrantes originários de regiões economicamente menos favorecidas, os quais se destinam tanto a países centrais quanto a países periféricos em melhores condições do que seus Estados de origem, na chamada migração sul-sul. Dessa forma, asiáticos, africanos e latino-americanos continuam sendo predominantes em termos numéricos quando se trata de migração internacional. Os europeus migraram, sobretudo, para outros países da Europa. Segundo relatório da ONU de 2013 sobre o assunto, nas últimas duas décadas, a Europa recebeu 23 milhões de imigrantes, sendo que 43% desse número eram originários do próprio continente. Para fora da Europa, a imigração de europeus não é tão significativa. Dessa forma, a questão está errada.
     
  • O termo "em substituição" restringiu os processos de migração aos europeus, por isso errada.

  • Gabarito: ERRADO

    Durante o século XIX e início do século XX os fluxos de migração internacional eram formados principalmente por europeus, os quais, inclusive, chegaram aos milhões ao Brasil. Porém essa realidade mudou a partir da segunda metade do século XX, quando a Europa Ocidental passou a ser uma região de atração de imigrantes. Há uma parcela significativa de europeus oriundos da Europa Oriental nos fluxos migratórios atuais, mas a maior parte desses imigrantes é formada por africanos, asiáticos e latinoamericanos, que saem de seus países, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, em direção a países que oferecem maiores oportunidades de emprego e melhores condições de vida.

    TECCONCURSOS

  • FAZ O SIMPLES QUE DÁ CERTO.