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ID
1175392
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2014
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Acerca do regime civil-militar (1964-1985), julgue (C ou E) os itens subsequentes.

A política educacional do regime civil-militar (1964-1985) promoveu a massificação do ensino público fundamental e médio, o incentivo ao ensino privado e a criação de um sistema nacional de apoio à pós-graduação e à pesquisa nas universidades, como evidencia o fato de, nos anos 70, a pós- graduação ser o nível educacional que mais crescera, seguido do ensino universitário, do ensino médio e, por último, do ensino fundamental.

Alternativas
Comentários
  • Em quesito de conteúdo, a questão está completamente correta; mas foi alterado o gabarito para ERRADO, porque a terminologia, na época, era Primeiro e Segundo grau (e não ensino fundamental e médio).


    Fonte: FICO, Carlos. Brasil: do ensaio ao golpe (1954 - 1964). Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar.

  • O acordo MEC-Usaid (feito pelo governo militar) previa a colaboração dos técnicos americanos na reformulação do ensino brasileiro, acabando com as discussões políticas na universidade: estudando deveria estudar e pronto. Também se propunha que as universidade não deveriam "perder tempo e dinheiro" com pesquisa científica ou preparando cientistas, porque seria muito mais racional, diziam, comprar os resultados científicos competentes realizados do primeiro mundo. Deveriam se evitado gastos com cursos como Ciências Sociais, Filosofia, e História, porque não contribuíam para o desenvolvimento econômico e geravam centenas de intelectuais esquerdistas. A Universidade moderna do Brasil deveria se limitar a formar mão-de-obra técnica qualificada para trabalhar nas grandes empresas, nacionais ou multinacionais. Além disso, a reforma sugeria que o ensino superior fosse pago. Ou seja, faculdade só para a minoria, de classe média para cima.

     Livro: Nova História Crítica - Mario Schmidt

  • E aí, fica como?

  • "O ex-ministro do Planejamento, Roberto Campos (1964-1967) afirmou durante o seminário “A educação que nos convém”, realizado em 1968, que a intenção do governo era formar os filhos dos pobres até o ensino médio, apenas para qualificar a mão-de-obra. A universidade era um local destinado para as elites."

     

    http://educacaointegral.org.br/reportagens/ditadura-legou-educacao-precarizada-privatizada-anti-democratica/

  • O grande erro do item me parece estar na afirmação de que houve, durante o regime militar, a "massificação do ensino público fundamental e médio". Segundo Boris Fausto (“História do Brasil”, pág. 461): "Tomando-se a população escolarizável entre 5 e 24 anos, havia em 1949, para uma população escolarizável total de 23,8 milhões, 4,8 milhões matriculados em escolas, ou seja, 15,1%. Segundo dados do PNAD de 1987, a população escolarizável era, naquele ano, de 74,3 milhões, estando matriculados em escolas 34,4 milhões, isto é, cerca de 47%." É um aumento considerável, mas não acho que dê para dizer que houve massificação.

    Além disso, esses 47% eram o total de matriculados nos ensinos fundamental e médio, sendo que o ensino médio sozinho certamente tinha taxas de matrícula bem abaixo dessa média...

  • Questão de racicocínio lógico: ditadura não incentiva conhecimento, ainda mais de pós-graduação. Mas teve o Mobral nesse período, o que casa com a fala do Roberto Campos.

  • No período, houve um aumento significativo do número de matrículas na educação básica, mas com poucos recursos e pouca formação docente, ou seja, sem se preocupar com a qualidade ofertada.
    ...
    A Constituição de 1967, aprovada pelo Regime Civil-Militar, promoveu duas alterações importantes na política educacional brasileira. Primeiro, desobrigou a União e os estados a investirem um mínimo, alterando um dispositivo previsto na Lei de Diretrizes e Bases, aprovada em 1961.
    ...
    No artigo “O legado educacional do regime militar”, o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Dermerval Saviani, cita estudo que mostra que o governo federal reduziu sucessivamente as verbas.
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    Uma segunda mudança importante introduzida pela Carta de 1967 foi a abertura do ensino para a iniciativa privada.
    ...
    Em 1969, o Regime reforçou esse caráter por meio da Emenda Constitucional nº1, considerada por muitos como uma nova Constituição, que previa em seu artigo 176 que “Respeitadas as disposições legais, o ensino é livre à iniciativa particular, a qual merecerá o amparo técnico e financeiro dos Poderes Públicos, inclusive mediante bolsas de estudos”.
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    http://educacaointegral.org.br/reportagens/ditadura-legou-educacao-precarizada-privatizada-anti-democratica/

  • O CESPE alterou o gabarito de "C" para "E", com a seguinte justificativa:

    " Não se pode afirmar que a política educacional do regime civil‐militar (1964‐1985) promoveu a massificação do ensino público fundamental e médio, pois a nomenclatura utilizada para designar esses ciclos escolares, nessa época, era ensino primário e ensino médio. Por esse motivo, opta‐se pela alteração do gabarito do item."

    http://www.cespe.unb.br/concursos/IRBR_14_DIPLOMACIA/arquivos/IRBR_14_DIPLOMACIA_JUSTIFICATIVAS_DE_ALTERA____O_DE_GABARITO.PDF

    obs.  cada justificativa esdrúxula postada aqui... parece tirada de meme de facebook. que lembra mais as ações dos IPES,  IBAD...medo.

     

  • Lembrei que meu pai fala que no tempo dele o ensino era primário e ginásio kkkkkk

  • Se o gabarito não houvesse sido alterado, essa seria uma justificativa para a resposta:

    Nos primeiros anos da ditadura houve uma grande ampliação do acesso à educação, principalmente ao ensino superior, como relata o artigo de 2008: “Entre 1964 e 1973, enquanto o ensino primário cresceu 70,3%; o ginasial, 332%; o colegial, 391%; o ensino superior foi muito além, tendo crescido no mesmo período 744,7%”. O texto destaca ainda que “entre 1968 e 1976, o número de instituições públicas de ensino superior passou de 129 para 222, enquanto as instituições privadas saltaram de 243 para 663”. Esse aumento da participação privada, escreve o autor, “foi possível pelo incentivo governamental, assumido deliberadamente como política educacional”.

    https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/entrevistas/reforma-educacional-da-ditadura-eliminou-exigencia-de-gasto-minimo-com-educacao

  • Não houve esse incentivo todo na educação superior. Havia desincentivo para a produção científica no Brasil, bem como falta de estímulo para a manutenção de alguns cursos nas universidades.

    Gabarito: Errado

  • ERRADO E BREU.

    FIQUEM AE DESCULTINDO COM A BANCA QUE VCS VÃO GANHAR O DE VCS.