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Entre comícios, passeatas, invasão do centro a partir dos bairros operários e os embates com a polícia, foi se desenvolvendo a ação do Comitê de Defesa Proletária e, ao mesmo tempo, as reuniões do Secretário de Justiça Eloy Chaves com os empresários mais importantes da cidade, até que uma comissão constituída pelos diretores dos jornais paulistas da grande imprensa funcionou como intermediária entre o bloco Chaves-empresários e o Comitê. Entre o dia 12 e o dia 16 de julho, chegou-se finalmente à assinatura de uma base de acordos que reconhecia o direito de reunião, o aumento de 20%, a libertação dos presos e a proibição de demissão dos operários grevistas apontados como os organizadores do movimento nas fábricas.
A Greve de 1917
Em 1917, uma greve foi iniciada por trabalhadores de fábricas têxteis dos bairros da Mooca e Ipiranga, no estado de São Paulo. Estimulados por lideranças anarquistas, trabalhadores de outros setores também aderiram ao movimento, reivindicando aumento salarial, a diminuição da jornada de trabalho de 12 para 8 horas, e a diminuição do custo de vida. A repressão policial imposta aos manifestantes faz com que o movimento ganhasse a adesão de ainda mais trabalhadores, se transformando em uma Greve Geral.
Em um dos confrontos travados entre a polícia e os trabalhadores, o sapateiro espanhol José Martinez foi mortalmente ferido, o que motivou a formação de um imenso cortejo que vai até a Praça da Sé. Após dias de paralisação, o governo cedeu a certas reivindicações dos trabalhadores, como o aumento de 20% do salário, além de prometer que fiscalizaria as condições de trabalho de homens, mulheres e crianças nas fábricas da cidade de São Paulo.