A doença de Chagas constitui uma zoonose, produzida pelo protozoário Trypanosoma cruzi, majoritariamente transmitida por vetores, por via transfusional e por via congênita, que na atualidade, para determinadas situações epidemiológicas, tem demonstrado a sua capacidade de transmissão por via oral através do consumo de alimentos contaminados, provocando surtos de intoxicação alimentar pelo seu agente hemoflagelado.
Embora se conheçam surtos deste tipo em diversos países, ambientes e localidades endêmicas, a Amazônia tem sido o ecossistema onde tal transmissão tem recolhido a maior freqüência e/ou visibilidade.
Trata-se de uma forma da doença, com conhecida apresentação em forma de microepidemia, com casos graves e importante letalidade.
No ano 2005, um surto registrado numa área turística do sul do Brasil concitou a atenção internacional como conseqüência de ter afetado a um grupo de turistas internacionais e de ter sido registrada alta morbidade e mortalidade.
A importância que reveste este tema emergente, e as recomendações relacionadas ao estudo do tema emanadas da 1ª e 2ª Reunião da Iniciativa de Prevenção e Vigilância da Doença de Chagas na Amazônia - AMCHA (Manaus, 2004 e Caiena, 2005), estimulam a desenvolver entre técnicos e pesquisadores dedicados à doença de Chagas e inocuidade de alimentos, esta consulta técnica para traçar um posicionamento sobre a natureza e prevenção/controle desta variável de transmissão da infecção chagásica de alta morbidade e mortalidade.
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