A segurança da AE explica-se, principalmente, pelo tempo muito
curto de tratamento, pela baixa dose hormonal administrada e
pela escolha dos medicamentos empregados. O levonorgestrel tem
sido amplamente utilizado em diferentes situações clínicas e, em todas
elas, é considerado de elevada segurança. O seu uso como método
de AE, embora requeira dose pouco maior do que a empregada em
outras indicações, tem apresentado dados semelhantes de segurança.
Além disso, a concentração da dose de levonorgestrel na AE não excede
30 a 40% da dose geralmente encontrada em cartelas de pílulas anticoncepcionais
usadas rotineiramente para o planejamento familiar.
O mesmo ocorre com o método de Yuzpe quando comparado com a
dose total de uma caixa de qualquer anticoncepcional de baixa dosagem
disponível no mercado. Em acréscimo, diversos estudos clínicos
e epidemiológicos têm verificado raros efeitos adversos severos, atestando
a segurança da AE.
A Anticoncepção de Emergência (AE)
é um método anticonceptivo que pode evitar a gravidez após a relação sexual. O
método, também conhecido por “pílula do dia seguinte”, utiliza compostos
hormonais concentrados e por curto período de tempo, nos dias seguintes da
relação sexual. Diferente de outros métodos anticonceptivos, a AE tem indicação
reservada a situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir
gravidez inoportuna ou indesejada
Há duas formas de oferecer a AE. A
primeira, conhecida como regime ou método de Yuzpe, utiliza anticonceptivos
hormonais orais combinados (AHOC) de uso rotineiro em planejamento familiar e
conhecidos como “pílulas anticoncepcionais”. A segunda forma de realizar a AE é
com o uso de progestágeno isolado, o levonorgestrel, na dose total de 1,5mg,
dividida em 2 comprimidos iguais de 0,75mg, a cada 12 horas, ou 2 comprimidos
de 0,75mg juntos, em dose única.
A AE não protege com DST/HIV, o
único método anticoncepcional que previne contra HIV/DST é a camisinha..
A fecundação, também chamada de
fertilização, refere-se, exclusivamente, ao processo de união dos gametas
masculino e feminino, óvulo e espermatozóide. Fecundação não é sinônimo de
gravidez. Quando o óvulo é fecundado ele ainda passar por transformações e percorre
um caminho pela tuba uterina até nidar na parede uterina, que precisa estar
preparada para recepcionar o zigoto, somente após a nidação do óvulo pode-se
considerar gravidez. Apenas 50% das relações sexuais em período fértil terminam
em fecundação e metade dos zigotos perde-se naturalmente, sem que ocorra a
implantação.
A AE impede a fecundação e não há
indicadores de que ela atue após esse evento. Por outro lado, a AE não atua
após a fecundação e não impede a implantação, caso a fecundação ocorra.
A elevada segurança da AE
explica-se pelo tempo muito curto de tratamento e pela baixa dose total
administrada. Exatamente de acordo com a alternativa E.
Resposta E
Bibliografia
Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Anticoncepção de Emergência:
perguntas e respostas para profissionais de saúde/Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.