RESPOSTA "A"
Vejamos,
O uso, abuso e dependência de álcool e outras drogas são mais frequentes em homens, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. Por exemplo, a dependência de álcool no Brasil é de 19,5% entre os homens e 6,9% entre as mulheres, indo para 7,3% e 6,0%, respectivamente, entre 12 e 17 anos. Uma característica importante é que o processo entre o início do uso, primeiros sintomas de dependência e busca por tratamento é mais rápido entre as mulheres, não só para álcool, mas para outras drogas também. Os aspectos relacionados ao uso de álcool em mulheres são muito diferentes dos relacionados ao uso de outras drogas.
A relação com o uso de álcool é diferente entre os gêneros e algumas características biológicas, psicológicas e psicossociais contribuem para tal. O corpo feminino tem menor quantidade de água que o masculino (51% X 65%, respectivamente) o que determina que, com a mesma quantidade de álcool, a concentração será maior no organismo feminino. Outra particularidade feminina é a menor quantidade de álcool desidrogenase (ADH), a enzima responsável pela primeira etapa de metabolização do álcool no organismo, o que faz com que a mulher atinja maiores concentrações de álcool no sangue e demore mais tempo para metabolizá-lo do que o homem, bebendo quantidades equivalentes. As alterações hormonais também são importantes nas mulheres, pois o período pré-menstrual está associado a um aumento do consumo de álcool. Aquelas que apresentam tensão pré-menstrual (TPM) têm maior probabilidade de desenvolver abuso ou dependência de álcool do que as que não apresentam esse problema, provavelmente em busca de alívio para a tensão.
O uso de substâncias psicoativas no Brasil: módulo 1. – 9. ed. – Brasília : Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2015. 98 p. – (SUPERA: Sistema para detecção do Uso abusivo e dependência de substâncias Psicoativas: Encaminhamento, intervenção breve, Reinserção social e Acompanhamento / coordenação [da] 8. ed. Maria Lucia Oliveira de Souza Formigoni)
O álcool
é uma substância que produz, ao longo dos anos, significativa tolerância e
dependência física. O abuso do álcool caracteriza-se por um padrão patológico de
ingestão repetitiva de bebidas alcoólicas (padrão mais qualitativo que
quantitativo), ocorrendo repercussões sobre a saúde física, sobre o bem-estar
psicológico e sobre o funcionamento familiar e profissional. Analisemos algumas
das características desse transtorno através da análise das questões a seguir:
A) CORRETA. De acordo com a Organização
Panamericana de Saúde, entre 2011 e 2016 a frequência de episódios de uso
abusivo de álcool (BPE - Beber Pesado Episódico) aumentou entre as mulheres de
4,6% para 13%. O último Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, feito em 2014,
também indica o aumento desse tipo de episódio no Brasil.
B) ERRADA. Em grupos de apoio mistos, geralmente o
tratamento ainda é muito feito de um ponto de vista masculino e voltado para os
homens e as mulheres não encontram um ambiente
que atenda suas necessidades. Além disso o apoio familair também é menor: homens
que estão se tratando muitas vezes têm apoio das mulheres, da mãe e do pai, e em
alguns casos até dos filhos; as mulheres, em sua maioria, estão sozinhas
enfrentando suas doenças.
C) ERRADA. O estigma colocado sobre
pessoas com dependência química sempre existiu, porém no caso das mulheres é mais
proeminente e o julgamento é muito maior. O vício não é visto como uma doença,
mas como uma falha moral, uma questão de força de vontade. Em vez de ser vista
como uma pessoa que precisa de tratamento e apoio, a mulher é vista como
pervertida.
D) ERRADA. Entre mulheres, o consumo
abusivo de álcool costuma apresentar um fenômeno denominado de efeito
"telescópico": elas costumam começar a beber mais tarde que os
homens, mas levam muito menos tempo para se tornar dependentes e apresentar
doenças hepáticas ou cardíacas.
E) ERRADA. As teorias sobre adicção ou
dependência de substâncias psicoativas versam a respeito destes possíveis
mecanismos neurobiológicos, teorias de comportamento aprendido e mecanismos de
memória até teorias psicodinâmicas, psicossociais, sociológicas e antropológicas.
Os fatores determinantes são inúmeros e não apenas psicossociais e ambientais.
Deixo
aqui dois interessantes artigos da BBC sobre a temática que traz algumas das justificativas
aqui apresentadas:https://www.bbc.com/portuguese/geral-41436903
https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-45088434
GABARITO: A