O tempo de inicio de pega é mais fácil de ser
entendido. O cimento necessita de água para formar um processo
cristalino que conduz a sua solidificação, principal característica
reológica. Usamos o termo “hidratação’ para designar as reações deste
processo. Porém, os compostos que formam o cimento (aluminatos e
silicatos na maioria) não reagem com a mesma velocidade, ou melhor, não
se hidratam ao mesmo tempo. Segundo os pesquisadores METHA &
MONTEIRO as reações com aluminatos ocorrem primeiro e são as
responsáveis pela perda da consistência e pela pega. Já as reações com
os silicatos respondem pelo endurecimento e ganho de resistência
mecânica em idades posteriores.
Das reações com os aluminatos resulta um cristalino na forma de
pequenas agulhas prismáticas que começam a ocorrer após algumas horas
(geralmente entre 2 a 4 horas) do inicio da hidratação. Este
“retardamento” se deve à adição de sulfato de cálcio (gesso), já que a
reação com o aluminato do cimento é instantânea, ou seja, a pega é
imediata.
Portanto, o momento de início da cristalização ou do endurecimento é
chamado de tempo de inicio de pega. No concreto, este tempo determina o
período útil que temos para terminar o processo de aplicação, ou seja,
compreende desde a mistura dos materiais – contato da água com o cimento
– até o seu adensamento e acabamento final.
Mas e o tempo de fim de pega? Diversos autores o
definem como o momento final do enrijecimento do concreto ou o inicio do
ganho da resistência mecânica propriamente dita. Talvez por isso, as
normas brasileiras determinem seu valor máximo, que é de 10 horas.
Porém, na prática, não o utilizamos para as medidas pós-acabamento como a
cura, serragem para execução de juntas ou polimento superficial.
Tampouco para o cálculo das dosagens ou mesmo no processo de fabricação
do cimento.
fonte: cimento itambé