Manuel Ferraz de Campos Sales assumiu a Presidência da República no dia 15 de novembro de 1898, no lugar de Prudente de Moraes, servindo aos interesses das principais elites do país naquele momento: os cafeicultores paulistas.
Campos Sales tinha um grande desafio em seu governo: superar a crise econômica do ‘encilhamento’
dos governos anteriores. Para tanto, teve que recorrer a empréstimos
externos para cobrir a alta dívida. Ao mesmo tempo, a moeda brasileira
constantemente perdia valor e o café, principal produto de exportação do
país, sofria uma queda brusca no exterior graças ao acelerado ritmo de
produção interna.
Preocupada em não obter retorno com os empréstimos, a Inglaterra, que
se tornou credora das dívidas internas do país, decidiu estabelecer um
acordo para garantir que não ficaria de mãos abanando caso o Brasil não
tivesse como pagar o empréstimo de 10 milhões de libras.
O acordo, denominado ‘funding loan’, dava
aos ingleses o direito de empossar toda a receita gerada pelas
alfândegas estatais (principalmente Rio de Janeiro e Santos) e da
Estrada de Ferro Central do Brasil se porventura o país não honrasse a
dívida.
Mesmo assim, os ingleses pressionaram para que o país combatesse a
inflação e valorização da moeda, fazendo com que o governo brasileiro
reduzisse suas despesas com obras públicas e investimentos industriais.
Tal fato acabou comprometendo os trabalhadores, que tiveram seus
salários amortizados enquanto tinham que pagar mais impostos.
Campos Sales acabou perdendo o apoio da massa popular com suas
medidas restritivas. Entretanto, investiu na produção agrícola para
exportar mais mercadorias – como café, borracha e algodão. Seu objetivo
era atrair empresas estrangeiras a venderem produtos manufaturados com
preços menores.
Para estabilizar a situação política e econômica do país, Campos Sales criou a Política dos Governadores para centralizar o apoio dos governadores e estados ao Presidente da República.
Em 1902, Campos Sales foi sucedido por Rodrigues Alves, candidato
paulista que recebeu seu apoio durante as eleições. Por mais que sua
popularidade estivesse nos índices mais baixos, Sales terminou o mandato
com imagem positiva da elite cafeeira.
O discurso de Campos Salles mostra quase um puxa-saquismo aos Estados, com isso ele buscava o apoio das oligarquias estaduais para o seu governo, dentro do contexto da política dos governadores.
Campos Salles lançou duas políticas:
– Política do Café-com-leite: alternância entre Minas Gerais e São Paulo na presidência da república.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=32388
– Política dos governadores: pacto de não interferência e apoio recíproco entre o governo federal e os estaduais.
Fonte: www.resumov.com.br