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ID
137476
Banca
FGV
Órgão
Senado Federal
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Penal

Relativamente ao princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a seguir:

I. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal deve ser tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante por crime hediondo, caso em que será vedada a concessão de liberdade provisória.

II. Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e a nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado.

III. Milita em favor do indivíduo o benefício da dúvida no momento da prolação da sentença criminal: in dubio pro réu.

IV. A presunção de inocência é incompatível com as prisões cautelares antes de transitada em julgado a sentença penal condenatória.

Assinale:

Alternativas
Comentários
  • II - Súmula Vinculante 11 - “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”

  • I - a situação de inocência só é alterada pelo trânsito em julgado da sentença penal condenatória, e não pelo inquérito ou processo.

    IV - Ela é compatível com a prisão cautelar.

  • A prisão cautelar não é incompatível com o p. da presunção de inocência, desde que não perca seu caráter excepcional, sua qualidade de instrumento para a eficácia do processo (ela é sempre um instrumento, não é um fim em si mesmo), e se mostre necessária à luz do caso concreto. Ou seja, ela não atenta contra o p. da presunção de inocência, já que a própria CF a prevê, mas o que não pode é generalizar o uso da cautelar.
  • Vamos ao estudo completo da questão

    I - Mesmo preso em flagrante, considera-se o estado de inocente. Só podendo ser culpado após o trânsito em julgado (CF)

    II - Súmula vinculante já inserida nos comentários acima.

    III - Se houver dúvida, o réu será beneficiado. Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência.

    IV - As prisões cautelares são plenamente compatíveis com o estado de inocência, devendo ser observadas os limites e requisitos para cada prisão cautelar. 
  • Alan, marcando certo ou errado, aparece a resposta certa.
  • A alternatica correta é a c.

    I. Incorreto. Não existe a referida resalva: o réu deve ser tido como inocente até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

    II. Correto. O item está correto e bem explicado. Devemos atentar para que, ainda que nos casos permitidos, o uso de algemas deverá ser justificado por escrito;

    III. Correto. Havendo duas ou mais possibilidades de aplicação da lei penal, deverá ser utilizada a mais benéfica. Essa é uma aplicação do Princípio Favor Rei ou indúbio pro reu;

    IV. Incorreta. As prisões cautelares não são incompatíveis com o Princípio da Presunção da Inocência, porque esses presos estarão com a sua liberdade restringida para, por exemplo, assegurar o sucesso das diligências da polícia civil.
  • GABARITO LETRA B.

    I. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal deve ser tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante por crime hediondo, caso em que será vedada a concessão de liberdade provisória. ERRADA.  A existência de prisões processuais de natureza cautelar não ofende  o princípio da presunção de inocência, pois apenas tem o escopo de assegurar a aplicação da lei penal, a instrução do processo, etc;

    II. Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e a nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado. CORRETASúmula Vinculante Nº. 11: "Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

    III. Milita em favor do indivíduo o benefício da dúvida no momento da prolação da sentença criminal: in dubio pro réu. CORRETA

    IV. A presunção de inocência é incompatível com as prisões cautelares antes de transitada em julgado a sentença penal condenatória. ERRADA. As prisões cautelares não ofendem o princípio da presunção de inocência, tendo em vista que  se baseia de forma a assegurar a aplicação da lei penal, e NÃO em suposta culpa do acusado. 

     

  • I - ERRADA: A discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade, ou não, de decretação da liberdade provisória não guarda relação com o princípio da presunção de inocência de uma maneira direta, mas apenas reflexamente. A afirmativa está errada pois, ainda que fosse terminantemente proibida a liberdade provisória nestes casos, a existência de prisões processuais de natureza cautelar não ofende o princípio da presunção de inocência, pois o acusado não passa a ser considerado culpado, eis que não se cuida de prisão-pena (derivada de condenação), mas de prisão-não pena, que é modalidade de prisão que visa a um fim não punitivo, mas cautelar, de forma a assegurar a aplicação da lei penal, a instrução do processo, etc.

    II - CORRETA: O uso indiscriminado de algemas pode levar à violação do princípio da presunção de inocência, notadamente nos crimes de competência do Tribunal do Júri, eis que nessa hipótese a decisão é proferida por pessoas leigas, que poderiam ser influenciadas pela associação da imagem do indivíduo algemado à sua culpa (que pode ou não estar presente). Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 11 “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.

    III - CORRETA: Como vimos, um dos desdobramentos práticos do princípio da presunção de inocência é o benefício da dúvida que labora em favor do réu, pois cabe à acusação provar que acusado cometeu, de fato, o ato criminoso, pois somente prova cabal dessa autoria é que pode ilidir a presunção de não-culpabilidade do réu.

    IV - ERRADA: Conforme passado durante a aula, a existência de prisões de natureza cautelar não ofende, de maneira nenhuma, o princípio da presunção de inocência, por não se basearem em uma suposta culpa do acusado, mas na necessidade de mantê-lo custodiado em razão da possibilidade de restar frustrada a instrução processual, a aplicação da lei penal, etc.

    GABARITO: LETRA B

    Fonte: estrategia

  • Principio da presunção de inocência: considerado inocente até o trânsito julgado, e não através do IP (mesmo preso em flagrante); Uso de algemas só em caso de risco, fuga…etc; Se houver dúvida o réu será beneficiado no trânsito em julgado; Não é admitido prisão cautelar antes da sentença(restrição da liberdade do suspeito);