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ID
1398151
Banca
FGV
Órgão
SUSAM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No caso das síndromes histéricas, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Comentários
  • © Equipe Editorial Bibliomed

    O que são?

    As síndromes histéricas são um conjunto de manifestações clínicas que têm participação do corpo e da mente. No corpo há alterações das funções sensoriais e motoras. Na esfera mental há alterações associadas à consciência, à memória e às percepções.

    No que tange a experiência corporal, o indivíduo histérico possui uma singularidade: precisa de contato pessoal e possui incapacidade de mantê-lo e aprofundá-lo. Do ponto de vista existencial, a pessoa histérica vive o drama da ausência de autenticidade do contato pessoal. Ela sente a necessidade de representar constantemente no seu relacionamento com o mundo.

    As síndromes histéricas são mais comuns nas mulheres em relação aos homens.

    Como são classificadas?

    As síndromes histéricas se subdividem em dois grandes grupos: histeria de conversão (ou conversiva) e histeria dissociativa.

    A histeria de conversão destaca-se pela presença de sintomas e perturbações corporais bastante variados, tais como paralisias histéricas, anestesias e analgesias histéricas, cegueira histérica, perturbações histéricas no andar e no ficar de pé, perda da fala ou rouquidão histérica. O que chama a atenção é o fato de tais indivíduos se mostrarem indiferentes diante da aparente gravidade dos seus transtornos corporais (paralisias, cegueira, perda de sensibilidade na pele, etc.).

    A principal base para explicar tal apresentação clínica é estruturada na utilização habitual que o doente faz do órgão virtualmente afetado, ou à representação imaginária e simbólica que tem daquela função. Dessa forma, em todos os casos de histeria não se observa correspondência entre essa função imaginária da estrutura corporal acometida com a sua real função biológica.

    Já a histeria dissociativa caracteriza-se pela ocorrência de “pseudocrises” (crises falsas), onde pode haver alterações da consciência, podendo ser confundida com crises epilépticas. Há freqüente redução da consciência, denominada “estado crepuscular histérico”.

    Outro tipo de histeria dissociativa é a chamada amnésia histérica, situação em que o indivíduo esquece alguns elementos significativos do ponto de vista psicológico.

    Como são abordadas?

    É importante a diferenciação clínica entre as crises histéricas e as crises epilépticas, devido as diferentes abordagens de cada uma. Isso pode ser feito com o auxílio de profissional especializado, geralmente um psiquiatra, o qual também cuida do tratamento adequado da doença. Em situações de emergência, medicamentos tranqüilizantes benzodiazepínicos injetáveis são utilizados.

    Lembre-se, somente seu médico poderá aconselhá-lo na abordagem desta condição. 

    Fonte:

    Dalgalarrondo P. Síndromes neuróticas. In: Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000:188 – 200.

    Fonte secundária:

  • Gabarito: D

    Para complementar o comentário da colega, sobre o conceito de astasia-abasia histérica:

    "A astasia-abasia vem a ser a impotência motora dos membros inferiores quando o indivíduo tenta ficar em pé ou andar. Pode ser uma astasia-abasia relativa, isto é, o paciente não está de todo impossibilitado de ficar em pé e andar, ou pode ser absoluta e então o paciente não consegue nem ficar em pé.

    Portanto, nada tem a ver com perturbações na fala.

  • Os transtornos conversivos do tipo crises convulsivas são mais freqüentes em pacientes epilépticos e em pessoas que tenham tido algum tipo de convivência com esses sujeitos, sendo que um terço deles têm crises epilépticas e crises pseudo-epilépticas como uma condição clínica coexistente (Kaplan et al., 1997). Porém, em serviços de atendimento psiquiátrico em hospitais gerais, estima-se que entre 5 e 15% dos atendimentos referem-se a pacientes com transtornos conversivos com características clínicas de convulsão não epiléptica, principalmente em mulheres jovens (Ibid.).