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O que são?
As síndromes histéricas são um conjunto de manifestações clínicas que têm participação do corpo e da mente. No corpo há alterações das funções sensoriais e motoras. Na esfera mental há alterações associadas à consciência, à memória e às percepções.
No que tange a experiência corporal, o indivíduo histérico possui uma singularidade: precisa de contato pessoal e possui incapacidade de mantê-lo e aprofundá-lo. Do ponto de vista existencial, a pessoa histérica vive o drama da ausência de autenticidade do contato pessoal. Ela sente a necessidade de representar constantemente no seu relacionamento com o mundo.
As síndromes histéricas são mais comuns nas mulheres em relação aos homens.
Como são classificadas?
As síndromes histéricas se subdividem em dois grandes grupos: histeria de conversão (ou conversiva) e histeria dissociativa.
A histeria de conversão destaca-se pela presença de sintomas e perturbações corporais bastante variados, tais como paralisias histéricas, anestesias e analgesias histéricas, cegueira histérica, perturbações histéricas no andar e no ficar de pé, perda da fala ou rouquidão histérica. O que chama a atenção é o fato de tais indivíduos se mostrarem indiferentes diante da aparente gravidade dos seus transtornos corporais (paralisias, cegueira, perda de sensibilidade na pele, etc.).
A principal base para explicar tal apresentação clínica é estruturada na utilização habitual que o doente faz do órgão virtualmente afetado, ou à representação imaginária e simbólica que tem daquela função. Dessa forma, em todos os casos de histeria não se observa correspondência entre essa função imaginária da estrutura corporal acometida com a sua real função biológica.
Já a histeria dissociativa caracteriza-se pela ocorrência de “pseudocrises” (crises falsas), onde pode haver alterações da consciência, podendo ser confundida com crises epilépticas. Há freqüente redução da consciência, denominada “estado crepuscular histérico”.
Outro tipo de histeria dissociativa é a chamada amnésia histérica, situação em que o indivíduo esquece alguns elementos significativos do ponto de vista psicológico.
Como são abordadas?
É importante a diferenciação clínica entre as crises histéricas e as crises epilépticas, devido as diferentes abordagens de cada uma. Isso pode ser feito com o auxílio de profissional especializado, geralmente um psiquiatra, o qual também cuida do tratamento adequado da doença. Em situações de emergência, medicamentos tranqüilizantes benzodiazepínicos injetáveis são utilizados.
Lembre-se, somente seu médico poderá aconselhá-lo na abordagem desta condição.
Fonte:
Dalgalarrondo P. Síndromes neuróticas. In: Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000:188 – 200.
Fonte secundária: