Em 1902, numa choupana à beira do rio, em São José do Rio Pardo, Euclides da Cunha terminou seu livro, contando a verdadeira história sobre o extermínio de Canudos: uma luta desigual e vergonhosa, em que o exército brasileiro se cobriu de infâmia. O inimigo invencível afinal de contas não passava de gente sofrida das secas. Mulheres, velhos e crianças que resistiram até o fim, numa luta inglória. Negros e índios que buscavam criar um espaço em que pudessem ser admitidos como integrantes da nação.
Profecia do deserto:
"O sertão vai virar mar
e o mar vai virar sertão"
Euclides da Cunha revelou que "sertão" é sinônimo de solidão do homem na terra, onde o abrigo da salvação está apenas nas poucas veredas. Ao criticar o beato, foi o primeiro que apregoou que a "terra é do homem, não é de Deus nem do diabo." E a frase atribuída a Antônio Conselheiro, "o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão" é uma profecia que ecoa por todo o deserto nordestino, desde bem antes do Conselheiro. E sobrevive na esperança e na alma do sertanejo.
GABARITO: LETRA C
FONTE: http://cmais.com.br/aloescola/estudosbrasileiros/sertoes/sertoes3.htm