GABARITO: alternativa C.
• Os jesuítas - ou “soldados de cristo”, como eram chamados os padres da Companhia de Jesus - responsáveis pela conversão das crianças ameríndias em futuros súditos dóceis do Estado Português;
• Os senhores escravocratas, que mesmo depois da Lei do Ventre Livre, continuavam a explorar a mão de obra infantil, visto que tinham a opção de manter as crianças “até os 14 anos, podendo, então, ressarcir-se dos seus gastos com ela [a criança], seja mediante seu trabalho gratuito até os 21 anos, seja entregando-a ao Estado, mediante indenização”;
• As Câmaras Municipais e da Santa Casa de Misericórdia, que desde 1521 tiveram a incumbência de cuidar das crianças abandonadas, se estendendo até a abertura da Roda dos Expostos – sendo a primeira criada na Bahia, em 1726 -, local em que a assistência era prestada à criança em torno de 7 anos e, a partir daí, esta criança ficava a “mercê da determinação do juiz, que decidia sobre seu destino de acordo com os interesses de quem o quisesse manter”;
• Os Asilos também foram grandes responsáveis pelo recolhimento da infância e adolescência desvalida, principalmente no século XIX, impulsionados pela “idéia de propiciar educação industrial aos meninos e educação doméstica às meninas, preparando-os(as) para ocupar o seu lugar na sociedade”; incutindo nessas crianças e adolescentes “o sentimento de amor ao trabalho” e uma “conveniente educação moral”, tal como pregava o regulamento do Abrigo de Menores, datado de 1924. Há que ressaltar aqui que foi somente a partir dos anos 80 que o sistema de internato destinado à infância/adolescência pobre começa a ser questionado no Brasil, por se mostrar como uma prática dispendiosa aos cofres públicos, considerada ineficaz e injusta, produzindo o chamado “menor institucionalizado”, os quais “apresentavam grande dificuldade de inserção social após anos de condicionamento à vida institucional”.
Fonte: Resenha do livro: A ARTE DE GOVERNAR CRIANÇAS: A HISTÓRIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS, DA LEGISLAÇÃO E DA ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA NO BRASIL, de Irene Rizzini e Francisco Pilotti, por Roseli Nazario. pág. 123/124
(2ª edição, São Paulo: Cortez, 2009)
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/viewFile/1980-4512.2010n22p121/15090