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ID
1415389
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Câmara dos Deputados
Ano
2014
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O fato é que a transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. Republicanistas “puros", como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que, a exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “parlamentarismo sem povo" do Segundo Reinado, sucedeu uma República praticamente “sem povo", ou seja, sem cidadania democrática.

Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2008, p. 552.

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando o contexto histórico brasileiro ao longo da segunda metade do século XIX e da primeira do século XX, julgue o  item a seguir.

A conhecida expressão de Aristides Lobo — “o povo a tudo assistia bestializado" —, empregada em referência à proclamação da República, justifica-se pela trajetória do regime até 1930: pelo domínio das oligarquias, pelo reduzido número de pessoas legalmente aptas a participar das eleições e pelo elevadíssimo índice de analfabetismo.

Alternativas
Comentários
  • De fato desde a Independência que boa parte da população brasileira não sabia nem o que estava se passando no Brasil e com a nova constituição de 1891 não foi muito diferente, já que somente uma pequena parte abrangia os requisitos imposto por ela para poder votar e dessa forma ficando muitas vezes só ao ver sem ao menos entender o que de fato se passava na nova republica.

  • alternativa CORRETA:

    Desde o início do Governo Provisório, assim como no decorrer de toda a Republica Velha, houve a participação de três grupos no cenário político brasileiro: 1. as oliguarquias, 2. os militares e 3. a classe média civil (incluindo-se, nestes últimos, artesãos, comerciantes, pequenos industriais, profissionais liberais etc.). Na República Velha, as Oligarquias sedimentaram a sua posição política a partir do governo de Prudente de Moraes (1894 ~ 1898), em contraste ao governo anterior de Floriano Peixoto, que tentou favorecer a industrialização do Brasil e diminuir a dependência da importação de produtos externos (este, entre outras medidas, concedeu crédito e empréstimos à indústria, adotou taxas alfandegárias protecionistas, promoveu medidas econômicas para favorecer camadas mais pobres). Assim, a partir de 1894, com o retorno das oligarquias ao poder, os outos dois grupos foram relegados a segundo plano (retornando, esporadicamete, ao cenário político brasileiro, com alguma participação nas diversas revoltas que permearam essa era).

    Sob o aspecto político/jurídico, é importante recordar que a Constituição de 1891 vigeu durante toda a Velha República. Ela foi elaborada a partir de um projeto apresentado pelo Governo Provisório, que foi discutido por uma Assembleia Constituinte eleita em 1890 para esse fim. Em 24 fevereiro 1891, promulgou-se a referida Constituição, a segunda da nossa história e a primeira da República, que vigorou até 1930 (com uma pequena reforma em 1926). O Brasil, então, passou a ser uma República Federativa, composta por 20 Estados. A Constituição estabeleceu o direito de voto para os cidadãos do sexo masculino e maiores de 21 anos. Não votavam as mulheres, mendigos, analfabetos, membros de ordens religiosas e soldados. O voto ainda era “a descoberto”, ou seja, não era secreto. Garantia ainda, aos cidadãos, todos os principais direitos liberdades individuais constantes nos textos constitucionais das nações mais avançadas.

    A Constituição de 1891, para o seu tempo, era excelente na teoria: justa, equilibrada e liberal. Na prática, porém, funcionou de modo medíocre, pois não impediu o controle das oligarquias rurais sobre a máquina administrativa e sobre o sistema político/econômico do Brasil. Vale ainda lembrar de um capítulo da Constituição de 1891, chamado de “disposições transitórias”, pelo qual O Congresso Nacional elegeria o primeiro presidente da República e seu vice, pelo voto indireto.

    Portanto, a questão está correta. a Velha República caracterizou-se pela predominância das Oligarquias (principalmente as de São Paulo e Minas Gerais), voto censitário (o que reduziu massivamente a possibilidade de participação popular no processo eleitoral) e elevado índice de analfabetismo.

  • O povo a tudo assiste bestializado até hoje.

  • Eu já li um tempo atrás a biografia do D. Pedro II do José Murilo de Carvalho e nele narrava como foi a programação da república, uns combinados daqui e de lá, do nada, D. Pedro II foi acordado por volta das 11 horas e disseram: bicho, estamos em uma república shauhsuahsua nem quero entrar no mérito se foi ou não uma boa opção para o BR, apesar de gostar do D. Pedro II.


    PM_ALAGOAS_2018

  • O processo político que se desenvolveu a partir da Proclamação da República não teve participação popular. A República, sequer, poderia ser considerada um grande anseio da população. O que se desenrolou no Brasil, portanto, até 1930, foi o domínio das oligarquias e o reduzido número de pessoas legalmente aptas a participar das eleições (o elevadíssimo índice de analfabetismo contribuía para o elitismo do voto, já que analfabetos não votavam).

    Item Correto.

  • Em pleno 2020 nada mudou ... o povo continua vendo as ações do Governo "bestilizado"

  • Em pleno 2020 nada mudou ... o povo continua vendo as ações do Governo "bestilizado"