A diversidade dos cenários onde ocorre a articulação entre a Saúde Mental e a APS permite a observação da interferência
cultural, geográfica e política local. Assim, ainda que a direção de cuidado seja a mesma, verificam-se diferenças nas práticas, a começar pela forma de nomeá-las: 1) práticas integrativas ou de integração (integrative care), 2) trabalho em colaboração (collaborative care), 3) trabalho compartilhado (shared care), 4) matriciamento e apoio matricial.
Fonte: ATHIÉ, Karen; FORTES, Sandra; DELGADO, Pedro Gabriel Godinho. Matriciamento em saúde mental na Atenção Primária: uma revisão crítica (2000-2010). Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 8, n. 26, p. 64-74, 2013
Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.
Instrumentos do processo de matriciamento
Elaboração do projeto terapêutico singular no apoio matricial de saúde mental
Interconsulta
Consulta conjunta de saúde mental na atenção primária
Visita domiciliar conjunta
Contato a distância: uso do telefone e de outras tecnologias de comunicação
Genograma
Ecomapa
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf.
gab C
Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.
Esse apoio matricial, formulado por Gastão Wagner Campos (1999), tem estruturado em nosso país um tipo de cuidado colaborativo integralizado entre a saúde mental e a atenção primária.
O apoio matricial é distinto do atendimento realizado por um especialista dentro de uma unidade de atenção primária tradicional. Ele pode ser entendido com base no que aponta Figueiredo e Campos (2009): “um suporte técnico especializado que é ofertado a uma equipe interdisciplinar em saúde a fim de ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações”.
O matriciamento deve proporcionar a retaguarda especializada da assistência, assim como um suporte técnico-pedagógico, um vínculo interpessoal e o apoio institucional no processo de construção coletiva de projetos terapêuticos junto à população. Assim, também se diferencia da supervisão, pois o matriciador pode participar ativamente do projeto terapêutico.
O matriciamento constitui-se numa ferramenta de transformação, não só do processo de saúde e doença, mas de toda a realidade dessas equipes e comunidades.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf