Marx anuncia que, além dessa função social, o homem possui a capacidade de projetar finalidades (teleologia), ou seja, a capacidade de construir, no âmbito da consciência, determinada forma que será objetivada no concreto (objetivo), como um resultado da sua prévia ideação (abstrata), construção mental antecipada na mesma consciência que a materializa por meio do intercâmbio homem-natureza. Assim, para Lukács (1981, p. 8), a teleologia “deve ser compreendida como uma categoria posta [e] guiada através da consciência ao estabelecer um fim”. Destaca-se que essa função é determinada a partir da busca das satisfações das necessidades distintas da humanidade, já que é constituída a partir do momento em que o homem busca-a enquanto uma protoforma facilitadora das necessidades sociais coletivas dadas na cotidianidade, isso porque, é a partir da teleologia que o homem projeta na sua consciência as formas daquilo que, em breve, será seu trabalho objetivado.
Assim, para além de sua centralidade, a posição teleológica secundária potencializada pelo trabalho se dirige rumo à práxis social, entendida como um campo de possibilidades de transformação. Com relação à práxis social, Lukács (1978) é esclarecedor ao afirmar que
[...] o homem torna-se um ser que dá respostas precisamente na medida em que – paralelamente ao desenvolvimento social e em proporção crescente – ele generaliza, transformando em perguntas seus próprios carecimentos e suas possibilidades de satisfazê-los; e quando, em sua resposta ao carecimento que a provoca, funda e enriquece a própria atividade com tais mediações, frequentemente bastante articuladas (LUKÁCS, 1978, p. 05).
A partir das projeções mentais aperfeiçoadas do homem, sua práxis social segue cada vez mais social. Dessa maneira, as complexidades emanadas da práxis social, categorizada por Antunes (2001) como ações interativas, acabam assumindo uma supremacia frente aos níveis inferiores, mas estes ainda continuam permanentemente sendo a base da existência daqueles mais complexos (LARA, 2008).
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