Há uma série de abordagens pedagógicas que norteiam a Educação Física. A escolha por uma dessas abordagens deve ser ponderada de acordo com os objetivos das aulas, em especial se considerarmos a importância que o professor de Educação Física tem na educação formal de crianças e adolescentes. Dessa forma, é imprescindível que se tenha claro o que delineia cada abordagem. Sobre este tema, assinale a alternativa correta
A abordagem crítico-emancipatória foi embasada em ideais marxistas, por propor que os alunos passem a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade e que formam falsas convicções, interesses e desejos.
A abordagem crítico-emancipatória foi posta em discussão no Brasil por Kunz no ano de 1991, por ocasião da publicação do seu livro “Ensino e Mudanças”. Esta concepção de ensino, juntamente com a metodologia crítico-superadora, elaborada pelo Coletivo de Autores (1992), tornaram-se os principais referenciais das denominadas pedagogias críticas da Educação Física no Brasil. Porém, a concepção apresentada por Kunz difere da abordagem crítico-superadora, principalmente no seu aporte teórico, pois as análises propostas pelo Coletivo de Autores se pautam principalmente num referencial materialista histórico dialético e visa um ensino baseado nos interesses da classe trabalhadora
A relação entre emancipação e ação comunicativa utilizada na abordagem críticoemancipatória elaborada por Kunz é discutida, especialmente, nas obras do filósofo alemão Habermas, pertencente à segunda geração da denominada Escola de Frankfurt2 . O teórico alemão, afirma que, só é possível atingir a emancipação, através da crítica, compreendida como auto-reflexão, pois só assim, o conhecimento poderia ser reelaborado extirpando, com isso, as distorções sofridas pelo processo histórico. Para Habermas (2000), o Estado encontra uma nova forma de legitimação na técnica/ciência, que assumem assim o papel de ideologias. Seria, na visão do autor, um sistema tecnocrático, que se caracteriza pela supressão de suas normas, ou seja, “o poder não é legítimo por obedecer a normas legítimas, e sim por obedecer a regras técnicas, das quais não se exige que sejam justas, e sim que sejam eficazes”3 . (FREITAG, ROUANET, 1980, p. 16)
Questão passível de anulação.