O Rio de Janeiro se tornou, neste domingo, Patrimônio Mundial, como paisagem cultural urbana.
A cidade foi a primeira do mundo a se candidatar nesta categoria. A candidatura, apresentada em português pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda, foi aprovada durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que está sendo realizada em São Petersburgo, na Rússia.
A ministra e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, que acompanharam os trabalhos, comemoraram a decisão que resultou na inclusão de mais um bem brasileiro na Lista de Patrimônio Mundial. Em seu discurso após a conquista, Ana de Hollanda disse que ela permitirá ao Brasil construir um novo mapa da herança cultural:
— Diante dessa novidade, e dos desafios que ela representa, gostaríamos de compartilhar nossa alegria com a comunidade internacional. Para nós, no Brasil, esta convenção representa muito para o futuro, mas em termos de paisagens é impossível avançar no estabelecimento de políticas culturais sem entender as relações entre seres humanos e seu ambiente. Essa conquista nos permitirá construir um novo mapa da herança cultural, rompendo com uma visão historicista e substituindo-a por um entendimento mais amplo do mundo.
Ana de Hollanda disse que, agora, o país terá um compromisso internacional com a Unesco.
— Nas apresentações que fizemos, foi lembrado, por exemplo, que a Floresta da Tijuca era antes um cafezal, mas que foi reflorestada. Ou seja, essa preocupação com a natureza é algo a que os próprios moradores da cidade dão grande importância. Só que agora, passamos a ter um compromisso internacional com a Unesco — afirmou a ministra, em entrevista à GloboNews.
Para o presidente do Iphan, preencheu-se uma lacuna na lista do patrimônio mundial:
— Essa conquista representa um reconhecimento muito importante. Se a gente observar que a lista do patrimônio mundial representa o país, então faltava o Rio de Janeiro dentro dessa lista. O Rio representa a imagem mais difundida do patrimônio brasileiro no mundo. Ou seja, foi preenchida uma lacuna da representação do Brasil para fora do país — disse Luiz Fernando de Almeida. — Mas isso coloca um grande desafio para todos nós, que é o de conseguir construir uma política pública que harmonize com as políticas que são de natureza setorial: política de habitação, de meio ambiente etc. Passaremos a pensar numa política transversal que consiga realmente responder aos desafios de fazer a gestão de um território.
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