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ID
1528186
Banca
CONSULPLAN
Órgão
HOB
Ano
2015
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

É preciso discutir a relação entre trabalho, Assistência Social e previdência, para entender, inclusive, se o padrão de seguridade social instituído em determinado país é (ou não) capaz de impor limites à desigualdade social no capitalismo. Reconhecer o direito à assistência social no âmbito da seguridade social não significa defender ou desejar que essa política seja a referência para assegurar o bem-estar ou satisfazer às necessidades sociais no capitalismo, pois adotar essa posição seria ter como horizonte uma sociedade de assistidos. Defender a seguridade social em sentido amplo requer reconhecer o espaço da assistência social em seu âmbito, sem superestimá-la, e tampouco, sem discriminá-la como um direito incompatível com o trabalho. Assinale a alternativa que descreve de forma correta a lógica da orientação da defesa da seguridade social em sentido amplo discorrida no contexto anterior.

Alternativas
Comentários
  • Esse é o tipo de questão que nem o examinador sabe o que ele quer ?

  • "... Defender a seguridade social em sentido amplo, onde a lógica social se sobreponha à lógica securitária, requer reconhecer o espaço da assistência social em seu âmbito, sem superestimá-la e tampouco sem discriminá-la como um direito incompatível com o trabalho."
    Fonte: http://www.egem.org.br/arquivosbd/basico/0.505783001251746904_ivanete_boschetti_unidade_i.pdf

  • Também achei que essa questão não foi muito bem formulada.

  • questão muito bem formulada pois quando ele diz "Reconhecer  o  direito  à  assistência  social  no  âmbito  da  seguridade  social  não  significa  defender  ou  desejar  que  essa  política seja a  referência para assegurar o bem-estar ou satisfazer às necessidades sociais no capitalismo, pois adotar  essa  posição  seria  ter  como  horizonte  uma  sociedade  de  assistidos." quer dizer que a logica social seja superior a lógica da seguridade social pois para a sociedade capitalista a seguridade nao tem como sustentá-la.

  • Essa questão é puramente interpretação de texto. Ficou claro que a intenção do autor é dizer que o assistente social deve sempre botar em primeiro plano, ao pensar em assistencial social, a lógica social, a crítica social e não o serviço prestado em si, com suas limitações instrumentais. O autor quer salientar a importância do pensamento crítico frente a ação meramente tecnicista, para que o assistente social entenda  a assistência social como medida importante sim dentro do sistema capitalista , mas relativamente paliativa, ou de transição, no enfrentamento da Questão Social  e no processo de superação da sociedade atual. Ao assumir essa posição exclusivamente tecnicista o assistente social se afasta do comprometimento com o projeto de emancipação humana e superação da sociedade vigente, previsto em nosso código de ética.  

  • A questão cobrou exatamente o que está no texto da Prof. Ivanete Boschetti Intitulado "Seguridade social no Brasil: conquistas e limites à sua efetivação"

    É preciso, assim, discutir a relação entre trabalho, assistência social e previdência,

    para entender, inclusive, se o padrão de seguridade social instituído em determinado país é

    (ou não) capaz de impor limites à desigualdade social no capitalismo. Reconhecer o direito

    à assistência social no âmbito da seguridade social não significa defender ou desejar que

    essa política seja a referência para assegurar o bem-estar ou satisfazer às necessidades

    sociais no capitalismo, pois adotar essa posição seria ter como horizonte uma sociedade de

    assistidos. Não é esse o projeto de sociedade e de direitos que orienta nossa análise5.

    Reconhecer o papel do trabalho e do emprego estável na estruturação da vida e na

    construção das identidades profissionais e sociais também não significa defender qualquer

    tipo de trabalho. Nesse sentido, a mera contraposição de trabalho e assistência pode ser

    simplificadora dos complexos processos sociais. Defender a seguridade social em sentido

    amplo, onde a lógica social se sobreponha à lógica securitária, requer reconhecer o espaço

    da assistência social em seu âmbito, sem superestimá-la e tampouco sem discriminá-la

    como um direito incompatível com o trabalho..



  • É preciso, assim, discutir a relação entre trabalho, assistência social e previdência, para entender, inclusive, se o padrão de seguridade social instituído em determinado país é (ou não) capaz de impor limites à desigualdade social no capitalismo. Reconhecer o direito à assistência social no âmbito da seguridade social não significa defender ou desejar que essa política seja a referência para assegurar o bem-estar ou satisfazer às necessidades sociais no capitalismo, pois adotar essa posição seria ter como horizonte uma sociedade de assistidos. Não é esse o projeto de sociedade e de direitos que orienta nossa análise. Reconhecer o papel do trabalho e do emprego estável na estruturação da vida e na construção das identidades profissionais e sociais também não significa defender qualquer tipo de trabalho. Nesse sentido, a mera contraposição de trabalho e assistência pode ser simplificadora dos complexos processos sociais. Defender a seguridade social em sentido amplo, onde a lógica social se sobreponha à lógica securitária, requer reconhecer o espaço da assistência social em seu âmbito, sem superestimá-la e tampouco sem discriminá-la como um direito incompatível com o trabalho.

    Seguridade social no Brasil: conquistas e limites à sua efetivação

    Ivanete Boschetti


  • "Defender  a  seguridade  social  em  sentido  amplo  requer  reconhecer o espaço da assistência  social em  seu âmbito,  sem  superestimá-la, e  tampouco,  sem discriminá-la  como  um  direito  incompatível  com  o  trabalho."

    Esse trecho passa ideia de igualdade!!! Mas fazer o que se o examinador diz que não é. . .


  • Se é um texto de Ivanete Boschetti a autora e sua obra deveriam ser citadas na questão.

  • Boschetti (2009) sugere que a  seguridade social pode garantir mais, ou menos, acesso a direitos, quanto mais se desvencilhar da lógica do seguro e quanto mais assumir a lógica social.

     

  •  Nesse sentido, a mera contraposição de trabalho e assistência pode ser simplificadora dos complexos processos sociais. Defender a seguridade social em sentido amplo, onde a lógica social se sobreponha à lógica securitária, requer reconhecer o espaço da assistência social em seu âmbito, sem superestimá-la e tampouco sem discriminá-la como um direito incompatível com o trabalho. 

     

    Fonte:

    http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/seguridade_social_no_brasil_conquistas_e_limites_a_sua_efetivacao_-_boschetti.pdf
     

  • Conforme nos informa Ivanete Boschetti (Seguridade Social no Brasil: conquistas e limites à sua efetivação. In: Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Disponível on line), o modelo de seguridade social brasileiro perpassa tanto pela lógica do seguro, quando se tem que contribuir para possuir contrapartida, no caso da previdência, quanto pela lógica social, em que se tem duas políticas, a de saúde e a de assistência social que possuem, respectivamente, acesso universal e de quem dela necessitar. Nessa esteira, a seguridade social brasileira é considerada híbrida pois associa direitos provenientes do trabalho (previdência), direitos universais (saúde) e direitos de quem dela necessitar (assistência social). Assim, a autora destaca que no que concerne a previdência social e sua lógica securitária - pois somente a acessará quem contribuir e os valores dos benefícios serão proporcionais aos valores das contribuições -, esta excluir milhares de pessoas de terem o direito de acessá-la visto que não se vive num país de pleno emprego e mesmo nos países nórdicos não se teve a possibilidade de todos estarem inseridos no mercado de trabalho.

    Desse modo, a seguridade brasileira ficará entre a lógica securitária e quem estiver trabalhando irá acessá-la, e entre a lógica social, que quem a acessará serão aqueles excluídos da previdência, do mercado de trabalho e não em condições de contribuir, seja até porque seu vínculo de trabalho é precário e instável. Nesse último caso, as políticas que sobram para esse indivíduo são ou a assistência social ou a saúde. A assistência social, então, acaba possuindo centralidade para dar resolutividade as necessidades sociais daqueles que estão desempregados, ou inseridos em trabalhos precários e informais, aos incapacitados para o trabalho, tornando-se o escape para aqueles que necessitam de um benefício não contributivo. No entanto, sabe-se que esta política isoladamente não conseguirá responder a todas as sequelas da questão social originadas pelo trabalho.

    Portanto, a defesa da seguridade social deve ser de políticas associadas e de acesso universal, pois assim é possível expandir os direitos. Sendo assim, a lógica social, que representa um direito universal e não contributivo, independente de inserção no mercado de trabalho e de contrapartida monetária, deve se sobrepor a lógica securitária, a qual é excludente, seletiva e não condizente com a sociedade capitalista em que boa parte dos trabalhadores encontram-se inseridos em trabalhos precários, instáveis e informais, ou mesmo desempregados e que nunca poderão acessar a previdência social, por exemplo.


    Gabarito do professor: Letra A


  • Essa tipo de questão é péssima, pois ela requer que você vá além do texto citado. Se a pessoa lembrar a quem pertence o texto responderá a questão de forma correta, mas se se limitar apenas ao trecho da questão errará feio. :(