Gabarito: a
Esta questão exige a literalidade da obra do sociólogo Boaventura de Sousa Santos. As afirmações I e II encontram-se na página: 7.
"A crise institucional era e é, desde há pelo menos dois séculos, o elo mais fraco da universidade pública porque a autonomia científica e pedadógica da universidade assentada na dependência financeira do Estado. (...) No momento, porém, em que o Estado decidiu reduzir o seu compromisso político com as universidades e com a educação em geral, convertendo esta num bem que, sendo público, não tem de ser exclusivamente assegurado pelo Estado, a universidade pública entrou automaticamente em crise institucional."
A crise institucional, segundo Boaventura de Sousa Santos, relaciona-se com a perda de prioridade do bem público. Sendo assim, as principais características desta crise são: os problemas financeiros e a descapitalização da universidade, embora as sequências e causas desta crise variem de país para país. Em um sentido mais amplo, a busca pela autonomia, em um modelo neoliberal, NÃO é capaz de garantir a liberdade acadêmica, ao invés disso cria condições para que a universidade se adeque ao mercado. Dando continuidade a esta linha de raciocínio, a autonomia é usada como pretexto para acirrar a competição entre as universidades.
A autonomia também é mencionada em sua obra quando se refere aos dois níveis de mercadorização. A mercadorização é possível, uma vez que tem-se um quadro de desinvestimento do Estado no que tange a universidade pública e a globalização mercantil da universidade. O primeiro nível de mercadorização diz que a universidade pública deve-se aliar ao capital, sobretudo industrial, para superar a crise. Neste nível, a universidade ainda manteria sua autonomia.
Nos países que viveram em ditatura, a crise institucional foi induzida- segundo Boaventura a crise institucional pode ser induzida ou provocada- devido a duas razões. Primeiro, com o objetivo de reduzir a autonomia da universidade, eliminado a livre produção de conhecimento. Segundo colocar a universidade à serviço de projetos modernizadores e autoritários, que foi a porta de entrada da universidade pública ao setor privado. Em outras palavras, o controle político da autonomia foi usado para justificar a criação de um mercado de serviços universitários.