Para não criarmos divagações, é interessante lançar mão da referência bibliográfica utilizada pela banca.
Em sua obra “A Política Nacional de Estágio e a Supervisão Direta: Avanços e Desafios”, Fátima Ortiz tece uma discussão acerca dos impactos e dos desafios postos pela Política Nacional de Estágio (PNE) da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) [...] e, por conseguinte os desdobramentos desse processo para o projeto ético-político e, a partir desse, o projeto de formação profissional.
Dentre os desafios, a autora os resumem em três diferentes aspectos, mas autoimplicados:
I. o primeiro deles, de caráter teórico-metodológico, diz respeito à dificuldade por parte dos próprios docentes quanto à apreensão dos fundamentos do Serviço Social;
II. o segundo, de natureza didático-pedagógica, expressa a dificuldade de articulação dos conteúdos, como, por exemplo, a garantia de que a modalidade do ensino em Serviço Social fosse teórico-prática;
III. e, por último, as dificuldades relacionadas às condições de trabalho do assistente social, que atingem de forma contundente a formação profissional, seja no que diz respeito ao trabalho docente, seja referente ao contexto de precarização que incide sobre o trabalho profissional de um modo geral.
Para a Ortiz,é preciso ter claro que a formação – e aqui situo a disciplina de Estágio Supervisionado – deve objetivar formar o estudante nas diversas dimensões da profissão. Precisa qualificar os alunos do ponto de vista teórico-metodológico, ético-político, técnico-operativo e investigativo. A disciplina de Estágio é o lugar privilegiado para a realização dessa síntese. Por isso que outro princípio que a PNE defende é a indissociabilidade entre essas dimensões e a unidade entre teoria e prática.