Brasileiro foi fuzilado na Indonésia sem direito à extrema-unção, diz padre.
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado em janeiro na Indonésia por tráfico de drogas, não teve direito à extrema-unção, segundo o padre que encontraria o condenado antes de seu fuzilamento. Archer, que tinha 53 anos, deixou a cela em prantos e assim permaneceu até a morte, de acordo com o padre indonésio Charles Burrows, que daria o último conforto ao brasileiro antes da execução.
Em entrevista à rede australiana "Fairfex Media", reproduzida pelo jornal "The Sydney Morning Herald", Burrows revelou que um desentendimento o impediu de encontrar com o preso, que era católico. Dessa forma, os rituais que, segundo a Igreja, perdoariam os pecados antes da morte do condenado não puderam ser realizados.
"Disse a eles [autoridades] que eu queria estar lá. Os guardas foram educados, mas o procurador não me dava a carta de acesso à ilha. A embaixada brasileira ficou muito aborrecida. Eles me disseram que ninguém se preocupou com ele [Archer]. Geralmente, em algum momento o pastor ou o padre vão consolá-los [os condenados à morte]. Ninguém consolou Marco."
O padre ainda detalhou os momentos finais de brasileiro, de desespero. "Ele teve que ser carregado da cela chorando e gritando 'me ajude'. Ele defecou nas calças", disse Burrows, que contou que os guardas limparam o brasileiro com uma mangueira. Mesmo assim, Archer continuou a chorar "durante todo o tempo até os últimos minutos", segundo o clérigo.
Marco Archer foi condenado à morte após ter sido julgado e condenado por ter ingressado na Indonésia com 13 kg de cocaína, há 11 anos.
LETRA D
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/02/22/brasileiro-foi-fuzilado-na-indonesia-sem-direito-a-extrema-uncao-diz-padre.htm