Iamamoto (2008), ao analisar a gênese e as determinações históricas e teóricas da questão social, suas expressões na contemporaneidade, destaca que a interpretação que assume tem a questão social como indissociável da sociedade capitalista. Sua gênese deriva do caráter coletivo da produção contraposto à apropriação privada da própria atividade humana – o trabalho -, das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos. Observa ainda que a questão social condensa o conjunto das desigualdades e lutas sociais; suas configurações integram tanto determinantes históricos objetivos que condicionam a vida dos indivíduos sociais, quanto dimensões subjetivas, fruto da ação dos sujeitos na construção da história. Expressa, dessa forma, “uma arena de lutas políticas e culturais na disputa entre projetos societários, informados por distintos interesses de classe na condução das políticas econômicas e sociais, que trazem o selo das particularidades históricas nacionais” (Iamamoto, 2008: 156).