INTERDISCIPLINARIDADE
Vem sendo utilizada como
“panaceia” para os males da dissociação do saber, a fim de preservar a
integridade do pensamento e o restabelecimento de uma ordem perdida. Antes que
um “slogan”, é uma relação de
reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente a ser
assumida diante do problema do conhecimento, ou seja, é a SUBSTITUIÇÃO DE
UMA CONCEPÇÃO FRAGMENTÁRIA PARA UNITÁRIA DO SER HUMANO. É uma atitude de
abertura, não preconceituosa, em que todo o conhecimento é igualmente
importante. Pressupõe o anonimato, pois o conhecimento pessoal anula-se diante
do saber universal. É uma atitude coerente, que supõe uma postura única diante
dos fatos, é na opinião crítica do outro que se fundamenta a opinião
particular. Somente na intersubjetividade, num regime de copropriedade, de
interação, é possível o diálogo, única condição de possibilidade da
interdisciplinaridade. Assim sendo, pressupõe uma atitude engajada, um
comprometimento pessoal. A primeira condição de efetivação da
interdisciplinaridade é o desenvolvimento da sensibilidade, neste sentido
tornando-se particularmente necessária uma formação adequada que pressuponha um
treino na arte de entender e esperar, um desenvolvimento no sentido da criação
e da imaginação. A importância metodológica é indiscutível, porém é necessário
não fazer dela um fim, pois interdisciplinaridade não se ensina nem se aprende,
apenas vive-se, exerce-se e, por isso, exige uma nova pedagogia, a da
comunicação.
INTEGRAÇÃO: um momento na interdisciplinaridade
A integração refere-se a um aspecto formal da interdisciplinaridade, ou seja, à
questão de organização das disciplinas num programa de estudos.
Admitindo-se que interdisciplinaridade seja produto e origem, isto é, que para
efetivamente ocorrer seja necessário essencialmente existir, ou melhor, que a
atitude interdisciplinar seja uma decorrência natural da própria origem do ato
de conhecer, necessária se faz num plano mais concreto sua formalização, e,
assim sendo, pode-se dizer que necessita da integração das disciplinas para sua
efetivação. Entretanto, essa integração não pode ser pensada apenas no nível de
integração de conteúdos ou métodos, mas basicamente no nível de integração de
conhecimentos parciais, específicos, tendo em vista um conhecer global. Pensar
a integração como a fusão de conteúdos ou mé- todos, muitas vezes significa
deturpar a ideia primeira de interdisciplinaridade
Fonte: http://www.pucsp.br/gepi/downloads/PDF_LIVROS_INTEGRANTES_GEPI/livro_integracao_interdisciplinaridade.pdf