[...] por falta de forças sociais com efetivo poder de pressão para fazer incorporar
na agenda pública problemas sociais ingentes, com vistas ao seu decisivo
enfrentamento, temos pela frente não propriamente uma “questão social”
explícita, mas uma incômoda e complicada “questão social” latente, cuja
explicitação acaba por tornar-se o principal desafio das forças sociais
progressistas. (...) Donde se conclui que a questão social não é sinônimo da
contradição entre capital e trabalho e entre forças produtivas e relações de
produção – que geram desigualdades, pobreza, desemprego e necessidade sociais
– mas de embate político, determinado por estas contradições.
(PEREIRA, 2001, p.52-54)
PEREIRA, P.A. Questão Social, Serviço Social e Direitos de Cidadania. Temporalis, Brasília, n. 3, 2001.