Alternativas
a violência urbana diz respeito a uma multiplicidade de
eventos (que nem sempre apontam para o significado
mais forte da expressão violência) que parecem
vinculados ao modo de vida das grandes metrópoles
na modernidade. Esses eventos podem reunir,
na mesma denominação geral, motivações muito
distintas, desde vandalismos, desordens públicas,
motins e saques até ações criminosas individuais de
diferentes tipos, inclusive as não-intencionais como as
provocadas por negligência ou consumo excessivo de
álcool ou outras drogas
segundo o Mapa da Violência de 2014, as taxas de
homicídio na população jovem passam de 19,6 em
1980 para 57,6 em 2012 por 100 mil jovens, o que
representa um aumento de 194,2%. As taxas juvenis,
em 2012, mais que triplicam as do resto da população.
Fica evidente que os homicídios juvenis explicam uma
parcela significativa do crescimento da violência no
período. Em 2012, os jovens de 15 a 29 anos de idade
representavam 26,9% do total dos 194,0 milhões de
habitantes do País, mas foram alvo de 53,4% dos
homicídios.
um fator que ajuda a explicar a violência no Brasil
são os elevados níveis de impunidade vigentes no
país, que funcionam como estímulo para a resolução
de conflitos via extermínio do próximo. O índice de
elucidação dos crimes de homicídio é baixo no Brasil.
Estima-se, em pesquisas realizadas pela Associação
Brasileira de Criminalística (2011), que varie entre 5%
e 8%. Esse percentual é de 65% nos Estados Unidos,
de 90% no Reino Unido e de 80% na França.
para explicar o problema da Segurança Púbica e
da alta taxa de homicídios no Brasil, alguns autores
propõem o conceito de violência estrutural, ou de
violência estruturante, por estabelecer os limites
culturalmente permitidos e tolerados de violência por
parte de indivíduos e instituições: da sociedade civil
ou do estado; tolerância que naturaliza e até justifica
a necessidade de uma determinada dose de violência
silenciosa e difusa com os setores vulneráveis da
sociedade. Uma determinada dose de violência, que
varia de acordo com a época, o grupo social e o
local, torna-se aceita e até necessária, inclusive por
aquelas pessoas e instituições que teriam a obrigação
e responsabilidade de protegê-los.
o Mapa da Violência de 2014 apontou a concentração
da violência homicida nos grandes centros urbanos
(nas capitais acima de 1,0 milhão de habitantes).
Nesses locais, houve significativa escalada de
violência. Dessa forma, os grandes centros, por
possuírem maior peso demográfico, tiveram uma
maior incidência nas estatísticas nacionais. Assim,
houve um grande crescimento nas estatísticas
globais do País entre 2012 e 2014, com uma decidida
reconfiguração na distribuição interna, concentrando-se
em capitais onde houve um aumento da intensidade
global de eventos de segurança (notadamente no Rio
de Janeiro, São Paulo e Recife), passando de 27
homicídios por 100 mil habitantes em 2012 para cerca
de 50 homicídios por 100 mil habitantes em 2014
– e onde se concentram os esforços de combate à
violência no Brasil.