Alternativas
Fernando Henrique Cardoso defende a tese segundo a
qual tendências culturais profundas teriam aprisionado
a sociedade brasileira em formas de sociabilidade de
tipo patrimonial.
Para Cardoso & Faleto, as principais estruturas da
sociedade brasileira contemporânea deveriam ser
compreendidas como decorrentes do reaparecimento
do sistema externo de dominação capitalista em
práticas nacionais de grupos e classes sociais.
em alguns momentos é possível dar um salto
em direção à almejada autonomização, pois as
etapas finais de realização da produção capitalista
apresentam ciclos de dependência x autonomia
segundo a dinâmica do mercado internacional
a industrialização não é possível nem mesmo sob a
tutela de um aparato estatal nacional-populista, pois
as suas contradições internas e os grupos nacionais
associados ao capital internacional não o permitiriam.
para a Sociologia da Dependência, os processos
de modernização experienciados nos últimos dois
séculos na América Latina mantiveram em suas raízes
a intensidade e a profundidade dos elementos de
ordem tradicional. A "dependência estrutural", marca
justamente o aspecto dual da economia brasileira
desde os momentos primeiros de sua formação,
tornando-a "independente" do modelo central durante
várias décadas até a chegada de uma crise mundial,
quando há uma reaproximação. A relação subordinada
e periférica ocupada pelo Brasil no sistema capitalista
internacional é reflexo do fortalecimento das principais
instituições brasileiras, e do fato dos valores e das
formas de sociabilidade exclusivamente típicas dos
"países centrais" terem se enraizado entre nós na
mesma extensão e solidez. O Brasil seria, portanto,
um país semi moderno, e não a cristalização de uma
modernidade periférica.