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Pobreza não se confude com questão social aquela (pobreza) sempre existiu, porém no capitalismo contemporaâneo a questão social vem se confundindo com espressões da pobreza, desenvolvendo a assistencialização.
Fonte: Professor Welber Contran
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ANALISANDO A QUESTÃO:
As novas estratégias capitalistas de incorporar os trabalhadores à lógica de reprodução do capital têm implicações no trato da questão social visto que esta se desloca do campo do trabalho para o da assistência social (até aqui está correta pois a lógica histórica de reprodução do capital é o consumo baseada na satisfação das necessidades em favor da reprodução do sistema. Desta forma, a estretégia capitalista é transferir o que deveria ser de sua obrigação para o ambito da assistencia, pois se pagassem sálarios justos e se todos os direitos trabalhistas fossem respeitados não seria necessário recorrer a benefícios assistenciais. Deslocar os trabalhadores a assistencia social teria como fim a manutenção da força de trabalho - acesso ao mínimo - e do sistema, uma ve que a distribuição determinada pelos critérios do capital tem o proposito de lucro de acumulação.)
passando a ser vista como sinônimo das expressões da pobreza. (mas este ponto considerei errado, porque apesar de tudo a questão social não pode ser entendida como sinônimo das expressões da pobreza)
Alguém fez outro tipo de interpretação?
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Também tive o mesmo raciocínio que você (Concurseira Social), porém acho que esse trecho "As novas estratégias capitalistas" quer dizer que era para analisar a luz da compreensão capitalista, só assim para esta certa essa questão, mas ainda assim nao é clara se era para analisar dessa forma, com esse viés.
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Ei Concurseira social, do meu ponto de vista, é exatamente por estar errada a última parte da questão que a torna correta. A questão social como expressão da pobreza é decorrente desse deslocamento do campo do trabalho para a assitência social. Ana Elizabete Mota fala um pouco sobre isso naquele texto "Serviço Social e Seguridade Social: uma agenda recorrente e desafiante". Apesar de ser um texto de 2007, traz muitas contribuições:
"Situamos a seguridade social na dinâmica da reprodução social e aventamos a hipótese de que está em processo de consolidação uma nova estratégia de dominação política: uma nova reforma social e moral da burguesia, reveladora da sua pedagogia da hegemonia e que se realiza através do atendimento de algumas necessidades objetivas das classes trabalhadoras, integrando-as à sua lógica reprodutiva. Essa reforma implica uma passivização da “questão social”, que se desloca do campo do trabalho para se apresentar como sinônimo das expressões da pobreza e, por isso mesmo, objeto do direito à assistência, e não ao trabalho. Se esta linha de reflexão e argumentação estiver correta, dada a imanência da questão social ao processo capitalista de reprodução social, as novas formas de acumulação e as inflexões por elas produzidas nas transformações em curso parecem afetar diretamente os meios de enfrentamento da questão social do que propriamente suas novas expressões.(...)Ocorre um verdadeiro transformismo nos conteúdos que informam a questão social, passando a mesma a adquirir novos significados, tais como: questão social como exclusão; questão social como objeto da política social; questão social como ausência de cidadania e direitos sociais; questão social como desemprego. Essas tendências estão subjacentes às respostas presentes no conjunto dos programas e iniciativas vigentes no atual perfil da seguridade social.(...)Ao absorver as demandas derivadas do agravamento das condições de vida e trabalho da população brasileira através de políticas compensatórias, como é o caso da Assistência Social, o Estado brasileiro define sua principal estratégia de enfrentamento da “questão social”. Nesses termos, a Assistência Social passa a assumir,para uma parcela significativa da população, a tarefa de ser a política de proteção social, e não parte da política de proteção social. (...) a assistência está assumindo um papel na esfera da proteção social, que termina por suprir necessidades que seriam do âmbito de outras políticas e constitutiva de uma luta que mobiliza os trabalhadores desde os idos do séc. XIX: o direito ao trabalho.(...)a Assistência Social no séc. XXI está adquirindo a condição de mecanismo integrador, em lugar do papel desempenhado pelo trabalho."
Fonte: file:///C:/Users/user/Downloads/164-697-1-PB.pdf
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Para responder a questão é necessário compreender que para a ideologia capitalista é importante que a questão social não seja vista como fruto da relação contraditória entre capital X trabalho. Portanto, em diversos momentos essa ideologia irá apontar a questão social e suas sequelas como de foro privado, culpabilizando as vítimas desse sistema explorador e excludente, em que uma pequena parcela da população detêm os meios de produção e a riqueza produzida socialmente pelos conjunto dos trabalhadores. Assim sendo, ao negar a indiscutível ligação entre questão social e sistema capitalista, conflitos são evitados, assim como a própria existência das classes sociais. O Estado, expressão da classe dominante, atua nas expressões da questão social de forma pontual, seletiva e paliativa com vistas somente a minimizar a pobreza e a fome extremas e evitando possíveis conflitos. Ações de divisão da riqueza social, por exemplo, não serão realizadas visto que isso, certamente, condenaria o capital e o Estado ao assumirem que ocorre a apropriação privada da riqueza por uma classe pequena. Desse modo, a questão social passa a ser deslocada do campo do trabalho, sendo que é ali que ela se produz e reproduz, para se tornar alvo de intervenção somente da assistência social, como se essa política fosse dar conta daquelas expressões produzidas e reproduzidas incessantemente na ordem em que se vive. Busca-se mascarar a verdadeira origem da questão social, minimizando o seu significado a pobreza, fome, desigualdade social, incompetência, falta de qualificação profissional, sendo que estas últimas são somente expressões daquela primeira. E, com isso, é a assistência social que fica com a incumbência de interferir nessas áreas, oferecendo o mínimo social para as pessoas que não conseguirem arcar com a própria subsistência. Podemos exemplificar como o fato de vagas na creche, em diversos municípios brasileiros, ser distribuídas por meio da assistência social municipal. No entanto, o direito a educação gratuita e pública deveria ser universal, e não somente para aqueles que comprovarem não ter como pagar por ela. Além disso, a educação faz parte, obviamente da política educacional, então a pergunta que se faz é qual o motivo dela estar incluída no âmbito da assistência social? A assistência social compõe o sistema de proteção social brasileira, a seguridade social, juntamente com a saúde e com a previdência. Mas o que tem se notado é a privatização e entrega ao mercado da saúde e da previdência, pois são muito lucrativas, enquanto todas as demandas da população tem sido repassadas para a assistência social. Assim, se os trabalhadores possuíssem acesso ao trabalho e aos meios de produção com autonomia e liberdade e houvesse a divisão da riqueza produzida, o que supõe a ultrapassagem capitalista, a questão social poderia ser eliminada. A ideologia capitalista buscando envolver e manipular os trabalhadores, aponta a questão social e a trata por meio de políticas compensatórias de combate a pobreza como meramente sinônimo da pobreza e natural a toda e qualquer sociedade, mascarando sua verdadeira reprodução que encontra-se no âmbito do trabalho explorado e na divisão da sociedade em classes.
RESPOSTA: CERTO
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questão confusa, eu marquei errado por que assistência social não se confunde com assistencialismo, o primeiro é política pública, enquanto o segundo caridade.