O conflito em questão é "A Revolta de Trombas e Formoso" e ocorreu na região norte do estado de Goiás, de 1950 a 1957. A luta tinha de um lado camponeses sem terra e, do outro, grileiros. Os combates desenvolveram-se tanto no terreno da luta política institucional, quanto da luta armada propriamente dita.
A Revolta foi uma das poucas lutas camponesas vitoriosas no Brasil republicano. Após a vitória do movimento, o camponês José Porfírio foi eleito deputado estadual. A região de Trombas e Formoso desenvolveu-se. Muitas outras conquistas no que tangem à produção e organização política foram alcançadas pelos camponeses.
Com o golpe militar, em 1964, os camponeses da região foram torturados e perseguidos. Até hoje muitos temem falar sobre a Revolta. José Porfírio foi caçado e preso pelos militares e está desaparecido, desde a década de 70.Atualmente, muito pouco se sabe sobre a Revolta de Trombas e Formoso.
Lideradas por José Porfírio e atraídas pela política de expansão da fronteira agrícola do governo Getúlio Vargas, dezenas de famílias de camponeses ocuparam, na década de 1940, a região de Trombas e Formoso a 400 km ao norte de Goiânia.
O conflito começou quando, vendo o progresso dos posseiros, fazendeiros locais, sem nenhum direito sobre as terras passaram a exigir uma parcela da sua produção, o que foi é claro, negado. A tensão na região se agravou ainda mais com a chegada de grileiros que forjando títulos de propriedade, tentaram expulsar os camponeses das terras ocupadas. Estes buscaram, por diversas vezes, resolver legalmente a questão, mas sem êxito.
O movimento de Trombas e Formoso ganhou força a partir de 1954, quando militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) chegaram à região com o intuito de estabelecer contato com os camponeses e “ajudar na organização da resistência”, além de ampliar a área de atuação política do partido.
Os posseiros se armaram e passaram a se organizar em grupos. Além da recém fundada Associação dos Lavradores de Trombas e Formoso, ele criaram os chamados conselhos de córrego de acordo com o curso d’água onde cada grupo morava. Cada conselho discutia os seus problemas e o encaminhamento da luta, além de defender o local contra ações da polícia e dos pistoleiros.