O primeiro jornal regular e de grande difusão na cidade do Rio de Janeiro apresentando erotismo e pornografia foi o RIO NU. Ele se definia como um “periódico humorístico e ilustrado”. Era bi-semanal e circulou livremente pelas mãos da população masculina entre 1900 e 1916.
O periódico abrigava várias seções. Até 1910, os desenhos de charges e histórias em quadrinhos eram constantes, tanto na capa quanto nas páginas interiores. De ênfase cômica, as imagens giravam em torno das aventuras sexuais de mulheres ora sensuais ou pervertidas, ora passivas e vítimas das investidas masculinas. Os homens apareciam como sedutores ou seduzidos. Muitas vezes, eles eram seduzidos pela artimanha e beleza femininas.
Nas imagens, a mulher sempre mostrava o corpo nu. E essa era a principal atração da publicação. Esse nu não era tão explícito como hoje, mas ainda assim acendia a imaginação dos leitores.
A partir de 1910, além dos desenhos, começaram a aparecer fotografias de mulheres nuas em poses sensuais e oferecendo-se ao expectador. A maior parte dessas fotos vinha da França. Nesse período a fotografia se desenvolvia e a foto erótica era um mercado em ascensão no mundo.
Mas o jornal oferecia outras atrações aos leitores. Uma delas é que, na segunda década, passou a distribuir cartões postais de nudez que podiam ser colecionados pelos compradores. O RIO NU também anunciava a venda de coleções de histórias pornográficas francesas em fotos uma prática que pode ser considerada como uma precursora lasciva da fotonovela.
Conhecer o jornal O RIO NU permite concluir que a exploração do sexo pela imprensa não é tão nova.
Texto: Célio Losnak
http://historiadaimprensanobrasil.blogspot.com.br/2012/04/programete-21-o-rio-nu.html