Segundo Bastos (2000), o conceito de schema tem sido extremamente útil por ajudar a compreender os filtros que atuam nos estágios de atenção e organização das informações captadas pelos indivíduos. A literatura aponta que os esquemas têm sido definidos como estruturas cognitivas internas ao cérebro que representam o conhecimento sobre um dado aspecto da realidade. Como mapas mentais, os schemas auxiliam os indivíduos, guiando as interpretações do passado e presente, orientando-os para o futuro.
Augoustines e Walker (1995) afirmam que a teoria de esquemas ajuda a entender o comportamento humano nas organizações de trabalho e na formação de identidades individuais e grupais. Ajuda, ainda, no processamento e seleção de informações recebidas do contexto social.
O campo de estudos das representações sociais tem fornecido suporte teórico para as decisões metodológicas que permitem captar o comprometimento como um schema não apenas de cada indivíduo, mas com um possível núcleo que é compartilhado pelo grupo.
Augoustinos e Walker (1995) definem representações sociais como estoques de conhecimentos e informação comuns que as pessoas partilham na forma de teorias do senso comum sobre o mundo social. Para Moscovici (1985), as representações são como um conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida cotidiana a partir das comunicações interpessoais.
O campo de estudo da representação social tem como característica singular o fato de não privilegiar nenhum método específico de pesquisa. Ao contrário, procura se apropriar de diferentes estratégias metodológicas para apreender seu objeto de estudo. A orientação básica é a busca de estratégias que não imponham aos sujeitos, a representação social dos
pesquisadores, sendo priorizado o uso de técnicas semi-estruturadas e projetivas, que permitam o acesso a conteúdos cognitivos dos sujeitos de maneira espontânea.
As idéias da representação social e suas estratégias de estudo têm se mostrado de maneira muito útil às investigações de comprometimento no trabalho, por ser o comprometimento um sistema que articula múltiplos vínculos e que se insere em uma rede de significados socialmente partilhados.
Uma ferramenta utilizada por pesquisadores para explorar processos cognitivos e explicitar estruturas conceituais partilhadas entre indivíduos são os mapas cognitivos. Swan (1997) assinala que os mapas cognitivos são representações, schemas ou modelos mentais construídos pelos indivíduos a partir das suas interações e aprendizagens em um domínio específico do seu ambiente e tem a função de dar sentido à realidade.