E)
. As políticas de estabilização de curto prazo do plano trienal
O Plano Trienal foi elaborado em 1962, tendo como perspectiva estabelecer um conjunto de metas para a economia brasileira para o triênio 1963-65. A origem do plano está ligada ao plebiscito que, no início de 1963, definiria se o país retornaria ao presidencialismo ou continuaria no parlamentarismo, sistema implantando em 1961 como solução política para permitir a posse de João Goulart na presidência após a renúncia de Jânio Quadros. Neste contexto, o Trienal foi apresentado como o plano econômico que Goulart implementaria caso a opção pelo presidencialismo saísse vitoriosa (Furtado, 1997, p. 238).
O Plano Trienal (1962)1 procurou enfrentar os principais problemas que afetavam a economia brasileira no conturbado contexto da época. Neste contexto, apresentou, entre outras coisas, os seguintes objetivos: 1) taxas de crescimento da renda nacional da ordem de 7%; 2) estratégia gradual de combate à inflação, de modo que a inflação de 1963 não excedesse a metade da taxa do ano anterior2 e que, em 1965, a taxa se aproximasse de 10% ao ano; 3) salários reais crescendo a uma taxa idêntica à taxa de crescimento da produtividade da economia como um todo, bem como os ajustamentos em função do aumento do custo de vida; 4) refinanciamento da dívida externa, a qual - apesar de não ser particularmente grande - estava concentrada no curto e médio-prazos (Plano Trienal, 2011, p. 43)
RESOLUÇÃO:
Nessa questão, a FGV foi bem maldosa, pessoal!
É apenas um detalhe que torna uma das alternativas incorreta, isto é, que a faz não ser um dos objetivos do
PAEG.
Olhe só os 5 objetivos do PAEG, exatamente como colocados no Plano:
1. acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico do país interrompido no biênio 1962-1963;
2. conter progressivamente o processo inflacionário durante 1964 e 1965 objetivando um razoável equilíbrio
dos preços a partir de 1966;
3. atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais e as tensões criadas pelos desequilíbrios sociais
mediante a melhoria das condições de vida;
4. assegurar, pela política de investimentos, oportunidades de emprego produtivo à mão-de-obra que
continuamente aflui ao mercado de trabalho; e
5. corrigir a tendência a déficits descontrolados do balanço de pagamentos, que ameaça a continuidade
do processo de desenvolvimento econômico, pelo estrangulamento periódico da capacidade para
importar.
Note que as alternativas da questão estão exatamente na ordem em que são listados os objetivos do PAEG.
Ali temos a aceleração do desenvolvimento, o controle da inflação, a redução das desigualdades regionais e
o aumento do emprego.
Mas a última alternativa está errada e isso pode ser visto através da comparação com o quinto objetivo.
O objetivo do PAEG não era utilizar o superávit do Balanço de Pagamentos porque isso não acontecia. Em
1964, o Brasil vinha de déficit nos dois anos anteriores, 1962 e 1963, com perdas de divisas de US$ 118 e US$ 37
milhões respectivamente. Além disso, no período de 7 anos anteriores, o Balanço de Pagamentos tinha sido
superavitário apenas em 1961.
Logo, o objetivo do PAEG era justamente combater este déficit para que a capacidade de importar não
ficasse comprometida a ponto de travar nosso desenvolvimento.
Resposta: E