PARADIGMAS HOLONÔMICOS *Visão Holística do indivíduo e a perspectiva da melhoria da educação para melhorar a qualidade de vida*
Apresentam-se os paradigmas Holonômicos. Caracterizam-se em especial pela proposta de uma nova relação entre produção e ser humano, principalmente representado pelo pensamento de Edgar Morin. Aqui o foco do saber não está institucionalizado mas voltado para dentro do próprio ser humano valorizando seus aspectos subjetivos, cotidianos e ocasionais. Destacam-se categorias como: “decisão, projeto, ruído, ambigüidade, finitude, escolha, síntese, vínculo e totalidade”.
Neste ponto Gadotti reúne algumas categorias e seus representantes. Ainda assim, é possível incluir outras, mas vamos nos deter na proposta do Moacir, pelo menos inicialmente. São as categorias: o "sentido do outro", a "curiosidade" (Paulo Freire), a "tolerância" (Karl Jaspers), a "estrutura de acolhida" (Paul Ricoeur), o "diálogo" (Martin Buber), a "autogestão" (Celestin Freinet, Michel Lobrot), a "desordem" (Edgar Morin), a "ação comunicativa", o "mundo vivido" (Jürgen Habermas), a "radicalidade" (Agnes Heller), a "empatia" (Carl Rogers), a "questão de gênero" (Moema Viezzer, Nelly Stromquist), o "cuidado" (Leonardo Boff), a "esperança" (Ernest Bloch), a "alegria" (Georges Snyders), a unidade do homem contra as "unidimensionalizações" (Herbert Marcuse), etc.
Aqui Gadotti apresenta novamente a filologia da palavra holonômico, detenhamo-nos:
Etimologicamente, holos, em grego, significa todo e os novos paradigmas procuram centrar-se na totalidade. Mais do que a ideologia, seria a utopia que teria essa força para resgatar a totalidade do real, totalidade perdida. Para os defensores desses novos paradigmas, os paradigmas clássicos - identificados no positivismo e no marxismo - seriam marcados pela ideologia e lidariam com categorias redutoras da totalidade. Ao contrário, os paradigmas holonômicos pretendem restaurar a totalidade do sujeito, valorizando a sua iniciativa e a sua criatividade, valorizando o micro, a complementaridade, a convergência e a complexidade. Para eles, os paradigmas clássicos sustentam o sonho milenarista de uma sociedade plena, sem arestas, em que nada perturbaria um consenso sem fricções. Ao aceitar como fundamento da educação uma antropologia que concebe o homem como um ser essencialmente contraditorial, os paradigmas holonômicos pretendem manter, sem pretender superar, todos os elementos da complexidade da vida.
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