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ID
1902715
Banca
FGV
Órgão
SEDUC-SP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Leia o texto a seguir.

Desde há mais de cem anos, espalhouͲse uma grande quantidade de lamentações sobre a desordem das escolas e do método e, sobretudo nos últimos 30 anos, pensouͲse ansiosamente nos remédios. Mas com que proveito? As escolas permaneceram quais eram. Se alguém, particularmente, ou em qualquer escola em particular, começou a fazer qualquer coisa, pouco adiantou: ou foi acolhido pelas gargalhadas dos ignorantes ou coberto pela inveja dos malévolos, ou então, privado de auxílios, sucumbiu ao peso dos trabalhos e, assim, até agora, todas as tentativas têm resultado vãs.”

                                                             (Comênio, 1985 apud Cortella, 2011)


Cortella, ao citar texto escrito, em 1632 pelo educador Comênio, remete à similaridade entre a situação da escola há mais de quatro séculos e a educação brasileira. Para tal, se refere a três concepções sobre a natureza dessa relação – otimismo ingênuo, pessimismo ingênuo e otimismo crítico.

A concepção otimista crítica na relação sociedade e escola caracteriza-se por atribuir a essa instituição 

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: e

    otimismo crítico: aponta para a natureza contraditória das instituições sociais, ou seja, a educação teria uma função conservadora e inovadora ao mesmo tempo. Se a escola pode, sim, servir para reproduzir as injustiças, é também capaz de ser instrumento para mudanças. O educador tem um papel político-pedagógico e tem, assim uma autonomia relativa e é a quem cabe construir coletivamente os espaços efetivos de inovação.

     

    Fonte: https://holisticambiental.jimdo.com/educa%C3%A7%C3%A3o/resumos-de-livros/m%C3%A1rio-s%C3%A9rgio-cortella-a-escola-e-o-conhecimento-fundamentos-epistemol%C3%B3gicos-e-pol%C3%ADticos/

  • Otimismo ingênuo é aquele que atribui à escola uma missão salvífica, ou seja, aquela que acredita que só com a educação podemos salvar o Brasil.

    O pessimismo ingênuo acredita que é mais um instrumento da dominação, na qual a sua tarefa primordial é de servir ao Poder e não a de atuar no âmbito global da Sociedade.

    O otimismo crítico é o que vai pretender indicar o valor que a Escola tem que ter, sem cair na noção de neutralidade ou colocá-la como inútil para a transformação social. 

  • Ao discutir as relações escola/ sociedade, CORTELLA (2002, p. 131) aponta 3 concepções: o otimismo ingênuo, o pessimismo ingênuo e o otimismo crítico.

    Concebendo a escola como supra-social e detentora de uma autonomia absoluta, o otimismo ingênuo, atribui a ela uma função salvífica e ao professor a função romântica e inocente de agente do bem comum.

    O pessimismo ingênuo restringe a escola a uma função de mera perpetuadora do sistema, sendo o educador um agente da ideologia elitista.

    O otimismo crítico, por sua vez, atribui à escola as funções conservadora e inovadora, concomitantemente. Isto é, a escola pode atuar como reprodutora do sistema, mas também é capaz de trabalhar a favor da transformação social. Dessa forma, este conceito questiona tanto a autonomia absoluta da escola como sua total dominação. Segundo essa concepção, o educador é um político e sua ação não é neutra e tampouco absolutamente limitada.