- ID
- 1907926
- Banca
- FCC
- Órgão
- SEDU-ES
- Ano
- 2016
- Provas
- Disciplina
- Literatura
- Assuntos
O escritor atinge a maturidade do realismo de sondagem moral que as obras seguintes iriam confirmar. Quando o romancista assumiu, naquele livro capital, o foco narrativo, na verdade passou ao defunto-autor delegação para exibir, com o despejo dos que já nada mais temem, as peças de cinismo e indiferença com que via montada a história dos homens. A revolução dessa obra, que parece cavar um fosso entre dois mundos, foi uma revolução ideológica e formal: aprofundando o desprezo às idealizações românticas e ferindo no cerne o mito do narrador onisciente, que tudo vê e tudo julga, deixou emergir a consciência nua do indivíduo, fraco e incoerente.
(Adaptado de: BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000, p. 174-177)
O referente de “naquele livro capital” é o seguinte romance de Machado de Assis: