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ID
1912894
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
INSS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Serviço Social

No que se refere aos fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social, julgue o item subsequente.

A década de 70 do século XX foi intensa tanto do ponto de vista teórico quanto no sentido das transformações políticas para o serviço social no Brasil e nos países do Cone Sul da América Latina.

Alternativas
Comentários
  • Alguém sabe o erro dessa questão?

     

  • Pra mim, essa questão tá certa!

  • Cabe recurso!

     

  • Como fundamentar, sei que é Marilda que apontou, mas, não consigo achar a referência

     

  • Será que o erro é quando a questão refere-se aos Países do Cone Sul da América "LATINA"? Estou tentanto formular recurso. Quanto mais recursos de uma questão, mais fácil a banca deferir. 

  • O erro da questão tá em incluir os países do cone sul. Uma vez q esse processo nestes países se deu na década de 60 e foi interrompido/enfraquecido na década seguinte por conta das ditaduras implantadas. No Brasil foi o contrário.

  • A questão erra NÃO ao dizer que houve produção teórica no Brasil na década de 70, mas ao comparar a intensidade da produção com os países do cone sul da América Latina. No Brasil essa contestação política e a produção teórica foi calada pela ditatura, e retomada com intensidade no ínicio dos anos 80 no bojo da perspectiva de intenção de ruptura, como bem explica Yasbek (autora que creio eu baseou a questão da banca):

     

    "É  no  bojo  deste  movimento,  de questionamentos à profissão, não homogêneos e em conformidade com as realidades de cada país, que a interlocução com o marxismo vai configurar para o Serviço Social latinoamericano  a  apropriação  de  outra  matriz  teórica:  a  teoria social de Marx. Embora esta apropriação se efetive em tortuoso processo.  

    É importante assinalar que é no âmbito do movimento de Reconceituação e em seus desdobramentos, que se definem de forma mais clara e se confrontam, diversas tendências voltadas a fundamentação do exercício e dos posicionamentos teóricos do Serviço Social. Tendências que resultam de conjunturas sociais particulares dos países do Continente e que levam, por exemplo, no Brasil, o movimento em seus primeiros momentos,  (em  tempos  de  ditadura militar  e  de  impossibilidade  de  contestação política)  a  priorizar  um  projeto  tecnocrático/modernizador,  do  qual  Araxá eTeresópolis são as melhores expressões.

    Já o tronco latino americano do movimento, sobretudo no Cone Sul,  assume claramente uma perspectiva crítica de contestação política e a proposta  de transformação  social. (Ou seja, aqui houve contestação política, no Brasil não, pelo menos até esse momento)

     

    Até o final da década de 70, o pensamento de autores latino‐americanos ainda orienta  ao  lado  da  iniciante  produção  brasileira  (particularmente divulgada pelo CBCISS), a formação e o exercício profissional no país."


    YASBEK, Maria Carmelita. Os fundamentos históricos e teórico metodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade

     

     

     

  • Biana M, cabe recurso! Muita gente vai mandar! Você também pode mandar, se não tiver marcado conforme o gabarito preliminar. Só deve mudar o texto, pois eles não consideram recursos iguais, e mudar o número do ítem, de acordo com o seu caderno de prova. Segue abaixo o argumento do meu recurso. 

    A questão 61 (do Caderno NEVE) afirma que “a década de 70 do século XX foi intensa tanto do ponto de vista teórico quanto no sentido das transformações políticas para o serviço social no Brasil e nos países do Cone Sul da América Latina”. De acordo com autores renomados do Serviço Social, como José Paulo Netto e Vicente de Paula Faleiros, ela está correta.

    O Movimento de Reconceituação, ocorrido no âmbito do Serviço Social latino-americano neste período, trouxe transformações que geraram mudanças decisivas para os rumos da profissão no continente, entre elas o deslocamento do seu anterior debate sobre "metodologia", para o debate teórico das relações sociais nos marcos do capitalismo, que com ele passa a dar ampla visibilidade à política social como espaço de luta para a garantia dos direitos sociais (FALEIROS, 1990). O debate teórico sobre o significado da profissão e sua função no trato das questões sociais, tornara-se uma das preocupações profissionais centradas de forma bastante endógena no interior do Serviço Social, até meados da década de 1970. (MIOTO E NOGUEIRA, 2013).

    De acordo com Netto (2009, p.193-196), durante a década de 1970, os Seminários de Sumaré e de Alto do Boa Vista, sob a égide da vertente modernizadora, produziram  “um acúmulo acadêmico não desprezível, acorado por propostas latino-americana contestadoras, gestava discussões de fundo em relação ao Serviço Social e claramente, punha-se na ordem do dia a tematização teórico-metodológica da profissão vinculada ao debate nas ciências sociais e a conjuntura brasileira”.

    Portanto, os argumentos apresentados acima, corroboram, de forma evidente, a assertiva da questão 61, não restando dúvidas sobre a sua veracidade e, por isso, solicito a alteração do gabarito que a considerou errada.

     

  • Cabe recurso, essa questão está certa sim. Estou fundamentando o recurso.

  • Nos anos 1970, o espaço acadêmico apresentava-se como sólido e consolidado sendo terreno fértil para a graduação e a pós-graduação em serviço social. Tal espaço proporcionava a revisão teórica e metodológica, questionando suas bases. Na academia é possível sinalizar a interação entre as ciências e mesmo a interação ou integração intelectual entre assistentes sociais, pois é no espaço do conhecimento que a crítica era bem-vinda e não recusada. As experiências da inserção no mercado de trabalho e até mesmo no campo de estágio fomentavam a crítica e interesse pela pesquisa, que vinha quebrar o isolamento É a partir da perspectiva da intenção de ruptura que se sinaliza a inserção do serviço social na academia, na busca pela renovação e ruptura com o tradicionalismo.

     

     

    Fonte: O método de Belo Horizonte: intenção de ruptura.