Corre-se o risco de cair na
pulverização e fragmentação das questões sociais, atribuindo unilateralmente
aos indivíduos e suas famílias a responsabilidade pelas dificuldades vividas, o
que deriva na análise dos “problemas sociais” como problemas do indivíduo
isolado e da família, perdendo-se a dimensão coletiva e isentando a sociedade
de classes da responsabilidade na produção das desigualdades sociais. Por uma
artimanha ideológica, elimina-se, no nível da análise, a dimensão coletiva da
questão social, reduzindo-a a uma dificuldade do indivíduo. A pulverização da
“questão social”, típica da ótica liberal, resulta na - autonomização de suas múltiplas expressões –
as várias “questões sociais”,- em detrimento da perspectiva de unidade.
Impede-se, assim, o resgate da origem da “questão social” imanente à
organização social capitalista, o que não elide a necessidade de apreender as
múltiplas expressões e formas concretas que assume.
As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Serviço Social contemporâneo
Marilda Villela Iamamoto