O gabarito está correto, o trecho está escrito na literalidade do artigo de Iamamoto. Vejam:
"Quando se admite o processo de trabalho do assistente social, opera-se uma simples
mudança terminológica de “prática” para “trabalho” mediante uma sofisticação epidérmica
da nomenclatura, sem que se altere o universo de sua construção teórica abstrata. Em
outros termos, reitera-se o viés liberal de pensar a prática como atividade do indivíduo
isolado, forjando o “encaixe” dos elementos constitutivos desse trabalho concreto em um
“modelo universal” para análise de todo e qualquer processo de trabalho – como se ele
fosse suspenso da história e das relações sociais que o constituem. A lógica classificatória na
leitura dos elementos universais de todo processo de trabalho – atividade, matérias e
instrumentos – tende a reduzir o processo de trabalho à forma como se operacionaliza a
atividade do assistente social, pensada no seu circuito interno: o “seu” processo de trabalho,
em que o projeto profissional é deslocado das bases sociais de sua realização, tratado ao
nível da intencionalidade do profissional. "
Eu marcaria essa questão como errada! Eu não sei exatamente em quais páginas dos livros de Iamamoto e da Myriam estão essas discussões, mas segue um resumo do que lembro das leituras sobre o trabalho e prática profissional:
Iamamoto -ao contrário de Myriam Veras Batista (que define prática profissional como uma dimensão da prática social)- entende a profissão como uma especialização do trabalho na sociedade, uma especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão social e técnica do trabalho. Iamamoto entende que a práxis ou a prática social não pode ser confundida com uma prática profissional. Por isso afirma que o correto seria falar em trabalho do assistente social e não "prática profissional". Para a mesma, o que chamamos de "prática" corresponde a um dos elementos que constituem o processo de trabalho. Usar o termo "prática profissional" pode dar a ideia de que só dependeria do profissional a resolução das demandas colocadas, que este teria plena autonomia para realizar seu trabalho,segundo suas exigências e intencionalidades,a partir de sua prática. Essa ideia se choca com sua condição de assalariado, inserido numa sociedade complexa e dinâmica. Portando, na visão da mesma, é o termo "prática profissional" que traz a ideia de atividade do indivíduo isolado e não o trabalho profissional, conforme faz entender a afirmativa da questão.
Ainda para Iamamoto,embora utilize esse termo em algumas passagens de seu livro, é equivoco falar em processo de trabalho do serviço social. O trabalho é sempre atividade do sujeito e não da profissão. Portanto o correto seria :trabalho do assistente social. O assistente social não tem um processo de trabalho que é seu, mas se insere em processos de trabalho que se organizam com a participação de diversas especialidades do trabalho.
Fonte: O serviço social na contemporaneidade de Marilda V. Iamamoto e A prática profissional do assistente social:teoria,ação, construção do conhecimento de Myriam Veras Batista