SóProvas


ID
1955203
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
POLÍCIA CIENTÍFICA - PE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

Um cadáver adulto, do sexo feminino, procedente de um hospital foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal de Recife. Na guia de atendimento de emergência (GAE), constava que a periciada havia sido levada ao hospital por familiares, com suspeita de tentativa de suicídio pela ingestão de sobredose de medicamentos. No momento da internação, a paciente encontrara-se em coma, sem resposta a quaisquer estímulos, com reflexos e sinais vitais instáveis, miose intensa e depressão respiratória. A paciente fora submetida à entubação traqueal com suporte ventilatório, lavagem gástrica e alcalinização da urina, para que os medicamentos supostamente ingeridos fossem eliminados. Apesar das intervenções realizadas, a paciente viera a óbito.

Com base nessa situação hipotética, a provável causa da morte é intoxicação

Alternativas
Comentários
  • Resposta: Alternativa "A"

    Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a droga de escolha para o tratamento da insônia. O declínio de seu uso deu-se por vários motivos como: mortes por ingestão acidental,  o uso em homicídios e suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os benzodiazepínicos. Hoje em dia, os barbitúricos ainda são utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e na indução da anestesia geral.

    1. O que os barbitúricos fazem no organismo?

    A principal ação do barbitúrico é sobre o Sistema Nervoso Central. Eles podem causar depressão profunda, mesmo em doses que não têm efeito sobre outros órgãos. A depressão pode variar sendo desde um efeito sedativo, anestésico cirúrgico, ou até a morte. Outro efeito dos barbitúricos é o de causar sono, podendo induzir apenas o relaxamento (efeito sedativo) ou o sono (efeito hipnótico), dependendo da dose utilizada.

    2. Absorção, Metabolismo e Excreção dos barbitúricos

    O uso de barbitúricos pode ser oral, intramuscular, endovenoso, ou retal. Independentemente da via de administração eles se distribuem uniformemente pelos tecidos. Após a absorção, eles se ligam a proteínas do sangue e vão agir principalmente no cérebro, devido ao seu alto fluxo sangüíneo. Os efeitos depressores aparecem entre 30 segundos e de 15 minutos, dependendo do tipo de barbitúrico utilizado.

    Os barbitúricos são metabolizados no fígado e excretados na urina

    3. Envenenamento Barbitúrico

    O envenenamento barbitúrico é um problema clínico significativo, podendo levar à morte em alguns casos. A dose letal do barbitúrico varia de acordo com muitos fatores, mas é provável que o envenenamento grave ocorra com a ingesta de uma só vez de doses dez vezes maiores que a dose hipnótica total. Se o álcool ou outros agentes depressores forem utilizados junto com o barbitúrico, as concentrações que causam morte são mais baixas.

    Em casos de envenenamento grave o paciente apresenta-se comatoso, com a respiração lenta ou rápida e curta, a pressão sanguínea baixa, pulso fraco e rápido, pupilas mióticas reativas à luz e volume urinário diminuído. As complicações que podem ocorrer são: insuficiência renal e complicações pulmonares (atelectasia, edema e broncopneumonia).

    O tratamento nestes casos é de suporte.

    4. Tolerância aos barbitúricos

    O uso crônico de barbitúricos pode levar ao desenvolvimento da tolerância. Isso ocorre tanto pelo aumento do metabolismo da droga, como pela adaptação do sistema nervoso central à droga. O grau de tolerância é limitado, já que há pouca ou nenhuma tolerância aos efeitos letais destes compostos.

    Fonte: http://www2.unifesp.br/dpsicobio/drogas/barbi.htm

  • Esse tipo de questão envolvendo intoxicação com barbitúricos é bem recorrendo, costumo sempre resolver esse tipo de questão seguindo as seguintes informações sobre o assunto.

    Os barbitúricos são ácidos fracos e, em caso de intoxicação, o mais viável é utilizar o bicarbonato, esse tem a finalizadade promover a ionização e facilitar a excreção da droga.

    Outro ponto importante é que os barbitúricos têm essa característica marcante de promover a depressão respiratória, fato esse, que fez com que os mesmos fossem amplamente substituídos pelos BZD.

    Então diante dessas informações é fácil identificar que a questão está se referindo os barbitúricos.

  • A questão avalia os conhecimentos do candidato em toxicologia médico-legal.

    Pelos dados do enunciado, podemos inferir as seguintes informações:
    Ingestão de sobreposse de medicamentos - provavelmente a intoxicação ocorreu por conta de medicamentos livres ou controlados, que estavam em posse da vítima. Podemos excluir, portanto, drogas ilícitas.Coma e depressão respiratória - podemos inferir que tratava-se de um medicamento depressor do sistema nervoso central.Alcalinização da urina - para a eliminação de fármacos de caráter ácido, um procedimento comum é a alcalinização da urina.

    A) CERTO. Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a droga de escolha para o tratamento da insônia. O declínio de seu uso deu-se por vários motivos como: mortes por ingestão acidental,  o uso em homicídios e suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os benzodiazepínicos.
    A principal ação do barbitúrico é sobre o Sistema Nervoso Central. Eles podem causar depressão profunda, mesmo em doses que não têm efeito sobre outros órgãos. A depressão pode variar sendo desde um efeito sedativo, anestésico cirúrgico, ou até a morte. Outro efeito dos barbitúricos é o de causar sono, podendo induzir apenas o relaxamento (efeito sedativo) ou o sono (efeito hipnótico), dependendo da dose utilizada.
    O envenenamento barbitúrico é um problema clínico significativo, podendo levar à morte em alguns casos. A dose letal do barbitúrico varia de acordo com muitos fatores, mas é provável que o envenenamento grave ocorra com a ingesta de uma só vez de doses dez vezes maiores que a dose hipnótica total. Em casos de envenenamento grave o paciente apresenta-se comatoso, com a respiração lenta ou rápida e curta, a pressão sanguínea baixa, pulso fraco e rápido, pupilas mióticas reativas à luz e volume urinário diminuído. As complicações que podem ocorrer são: insuficiência renal e complicações pulmonares (atelectasia, edema e broncopneumonia). O tratamento na intoxicação por barbitúricos envolve terapia de suporte, descontaminação gastrointestinal e alcalinização da urina.

    B) ERRADO. A Nortriptilina é um fármaco antidepressivo da classe dos trícíclicos que inibe a recaptação da noradrenalina e, em menor escala, da serotonina. A intoxicação por antidepressivos tricíclicos (ADTs) não é totalmente compatível com o histórico apresentado no enunciado.
    Na intoxicação por ADTs podemos ter letargia, coma ou convulsões, acompanhadas por prolongamento do intervalo QRS ao ECG. Excitação seguido de coma, com depressão respiratória, hiporreflexia, hipotermia e hipotensão. Marcantes efeitos anticolinérgicos. O tratamento é feito por lavagem gástrica, seguida de carvão ativado em uso repetido e catártico salino. Não induzir êmese pelo risco de convulsões. Tratamento sintomático e suportivo, alcalinização da urina e uso de anticonvulsivantes (Fenitoína).

    C) ERRADO. Anfetaminas são drogas estimulantes do sistema nervoso central, não sendo compatíveis os sintomas de intoxicação com os relatados no enunciado. A intoxicação com anfetamina aguda às vezes está associada a confusão, fala errática, cefaleia, ideias transitórias de referência e tinido. Durante a intoxicação intensa, podem ocorrer ideação paranoide, alucinações auditivas em um sensório claro e alucinações táteis.

    D) ERRADO. Atropina é um medicamento de uso injetável conhecido comercialmente como Atropion, que é um estimulante do sistema nervoso parassimpático que age inibindo a atividade do neurotransmissor acetilcolina. Não há relatos de intoxicação em humanos por atropina, por não ser utilizada como medicamento e nem como droga de abuso.
    Na realidade, a atropina é um antídoto de intoxicações por organofosforados.

    E) ERRADO. A cetamina, também conhecida como quetamina ou ketamina, é um anestésico, com aplicação hipnótica e aspecto analgésico. Não é utilizada como medicamento no Brasil, apenas para uso como anestésico em experimentos clínicos.
    É rara a intoxicação por cetamina, e para tratamento são utilizadas medidas de suporte e emergência: manter a patência das vias aéreas e ventilação mecânica se necessário. Tratamento da coma, convulsões, hipertensão, hipertermia e rabdomiólise se ocorrerem.

    Gabarito do professor: Alternativa A.

  • Essa daí é pra médico mesmo...

  • Respondi com base nesse resumo aqui do QC:

    PSICOLÉPTICAS: LENTIDÃO;

    PSICOANALÉPTICAS: ACELERAM;

    PSICODISLÉPTICAS: DETURPAM/ALUCINAM.

    Psicolépticas:

    Ação depressora:Podem ser incluídos nesse grupo:

    (B.O.B.A):

    Barbitúricos; Q651732

    Opiáceos (substâncias derivadas do ópio);

    Benzidiazepínicos(ansiolíticos).

    Alcool etílico (atua como excitante em doses baixas);

    Psicoanalépticas

    Ação Estimulante:As substâncias mais conhecidas são:

    (CRA.CO.CA.NI.AN.E):

    CRAck;

    COcaína;

    CAfeína;

    NIcotina;

    ANfetaminas;

    Ecstasy.

    Psicodislépticas

    Ação perturbadora: alucinógenos - as substâncias mais conhecidas são (M.A.L):

    Maconha;

    Ayahuasca (Chá do Santo Daime).

    Lsd

    Fonte: Estratégia Concursos

    QUANTO AOS EFEITOS

    1) Analépticos/psicoanalépticas: Estimulantes.

    Ex.:CRACK, COCAÍNA,CAFEÍNA,NICOTINA, MDMA (ECSTASY), ANFETAMINAS, MERLA, OXI;

    2)Catalépticos/psicocatalépticas/PSICOLÉPTICAS:Tranquilizantes/calmantes/DEPRESSORAS/entorpecentes.

    Ex.:ÓPIO (EXCITAÇÃOINICIAL),ÁLCOOL, HEROÍNA, MORFINA,ANALGÉSICOeANESTÉSICO;

    3)Dislépticos/psicodislépticas: Perturbadoras/alucinógenos.

    Ex.:MACONHA, SKUNK, LSD.

    PSICOLÉPTICAS: LENTIDÃO;

    PSICOANALÉPTICAS: ACELERAM;

    PSICODISLÉPTICAS: DETURPAM/ALUCINAM.