Autor: Victória Sabatine, Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social , de Serviço Social
A questão social, conforme nos elucida José Paulo Netto (Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo, Cortez, 2006), é inerente ao modo de produção capitalista e fruto da relação contraditória entre capital X trabalho. Os trabalhadores aos serem destituídos dos meios de produção que passam a ser apropriados privadamente por outra classe, a dominante, passam a ter somente sua força de trabalho para vender. Assim, a riqueza socialmente produzida, devido ao avanço das forças produtivas no capitalismo, será acessada somente por uma minoria da população, enquanto a outra receberá somente uma remuneração que não corresponde à riqueza que ela realmente produziu. Sendo assim, a questão social é uma só e não deve ser tratada no plural, como encontra-se na assertiva acima, e ela reúne desde as desigualdades até as lutas sociais que possuem sua produção e reprodução na contrariedade da sociabilidade capitalista. Portanto, no pensamento crítico e gramsciano, a questão social é vista como oriunda da exploração do trabalho e da divisão da sociedade em classes, apresentando em cada nível de desenvolvimento da ordem capitalista, expressões distintas podendo ir desde a fome e a pobreza, ao desemprego e a violência urbana. Porém, a expansão da cidadania e a garantia do emprego para boa parcela da população não são garantias de eliminação da questão social e suas expressões. A extinção da questão social somente poderá ocorrer com a ultrapassagem do modo de produção capitalista, pois a essência dessa sociabilidade é a exploração de uma classe sobre a outra e a apropriação privada, o que produz incessantemente a questão social e suas sequelas. Sendo assim, a questão social não deve ser tratada no plural e nem como sinônimo de cidadania, pleno emprego, fome, pobreza, etc. A sua origem está na sociedade do capital.
RESPOSTA: ERRADA