Goiânia precisa de um metrô de superfície
Metrô de superfície: uma das soluções para o transporte coletivo goianiense
O leitor por certo sofre, como todos, no trânsito pesado (e cada vez mais pesado) de Goiânia. Lentidão, engarrafamentos, obstruções e a falta de opção por um transporte de massa rápido, confortável e que alcance toda a cidade. É o que se vê. Quando chove é pior. Há uma ausência de planejamento governamental: não se sabe o que fazer para enfrentar o problema na próxima semana. Imagine-se o tamanho dele daqui um par de anos.
Em 1975, o governo Geisel, já antevendo o problema gerado pela urbanização do país e crescimento da indústria de automóveis, criou por lei (Lei 6261 de novembro de 1975) a Empresa Brasileira de Transporte Urbano (EBTU). Sua finalidade, em resumo, era projetar o transporte urbano, orientar a participação do governo federal, se fosse o caso, em empresas de transporte estaduais e municipais, gerir o Fundo de Transporte Urbano (criado pela mesma lei), financiar implantação de projetos e coordenar o estudo de novas tecnologias de transporte. Grandes projetos de transporte urbano foram implantados pelo Brasil, sob a orientação da EBTU. Eles melhoraram — e muito — o trânsito em várias cidades.
O transporte de massa de Goiânia, com o eixo da Avenida Anhanguera operado pela Transurb e linhas alimentadoras privadas, implantado em 1978, é dessa safra, e até hoje, mais de 30 anos depois, ainda funciona. Está, contudo, a pedir um metrô de superfície e mais linhas-tronco, pois Goiânia não é mais aquela dos anos 1970.
O transporte de massa de Curitiba é outro exemplo de atuação positiva da EBTU. E o que aconteceu com a empresa, que tanta falta faz agora? O governo Collor, com sua miopia, resolveu extingui-la (foi extinta via da Lei 8029 de abril de 1990 e Decreto 230 de Outubro de 1991). Há hoje um vácuo no planejar, financiar, implantar ou melhorar transporte de massa nas cidades brasileiras, cada vez mais sufocadas pelo número crescente de automóveis circulando. A preocupação com a infraestrutura urbana, de transportes principalmente, é inexistente.
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LETRA B