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ID
2020930
Banca
FUNRIO
Órgão
IF-PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Uma das causas sociais da violência é o anonimato, comportamento que surge entre seres humanos devido a sobrecarga de estimulação sensorial, dificultando que as pessoas possam lidar com a estimulação de forma confortável. Para tal, a adaptação, segundo Milgram (1970), pode ser encontrada por meio de várias estratégias como

Alternativas
Comentários
  • permitir contatos apenas superficiais. 

  • alguém pode explicar?

  • estudos de Milgram (1965), sobre obediência à autoridade: a partir de circunstâncias experimentais específicas, sob a égide das instituições modernas, sobretudo da ciência considerada instituição basilar na organização social da Modernidade, cidadãos comuns (denominados de sujeitos experimentais), afeitos a valores humanitários, foram potencialmente - uma vez que se tratava de mera simulação - capazes de provocar choques elétricos de fortíssima intensidade em supostos alunos. Estes resultados do experimento de Milgram, que atestam, para ele próprio, forte submissão a uma autoridade científica em prejuízo de pessoas inocentes, repetidamente alcançado em diferentes países, somente ratificam a tese da penetração das instituições em nosso estilo de vida, a reverência à ciência e ao conhecimento técnico considerados instituições centrais em nossa sociedade e aos seus sistemas peritos e reguladores. 

     

  •  experimento de Stanley Milgram realizado originalmente em 1961, na Universidade de Yale, consistiu em levar sujeitos experimentais a aplicar (falsos) choques elétricos gradativos até o limite de 450 volts em supostos aprendizes inocentes, sob a falsa alegação de se verificar o efeito da punição sobre a aprendizagem. Cerca de vinte experimentos foram realizados envolvendo centenas de indivíduos, pessoas comuns, presumivelmente afeitas aos valores ocidentais e sensíveis à causa científica. Tais indivíduos, de forma consistente, demonstraram um alto índice de submissão à autoridade do pesquisador ao obedecerem à ordem de provocar choques elétricos, com a voltagem máxima, em indivíduos inocentes. Sobretudo em razão de suas consequências, o experimento tornou-se um dos mais impactantes e controversos das ciências humanas e sociais. Muitos artigos foram escritos contendo análises minuciosas de seus surpreendentes resultados e suas implicações éticas (Patten, 1977; Morelli, 1983; Blass, 2000; entre outros). 

    Não obstante, a grande indagação que permaneceu e ainda permanece ecoando e revulsando nossas consciências - no caso de se considerar o estudo experimentalmente válido - é esta: como seria possível trair tão facilmente o senso moral, os caros valores humanitários, em favor de uma submissão cega a uma suposta autoridade científica? Em outros termos, por que seres humanos sensíveis e comuns tornaram-se agentes de dor e sofrimento em pessoas inocentes? A mais importante e mais contundente lição da pesquisa é a suposição de que a produção da crueldade humana se relaciona a determinados padrões de interação social de maneira muito mais significativa do que as características de personalidade dos indivíduos (Bauman, 1998). O arranjo social, mais que o impulso para agressividade, seria apontado como o grande responsável por seus resultados experimentais (Milgram, 1963). Não apenas reafirmando tal interpretação, mas também intencionando especificá-la, consideramos que o referido estudo abre espaço para perspectivas que podem relacionar, de forma mais estreita, as peculiaridades de nossas instituições modernas com os resultados apresentados por Milgram. Particularmente, destacamos as modalidades de confiança que, de acordo com Giddens, são engendradas pelo estilo de vida moderno. Buscar na cultura, nas representações sociais circulantes e nas instituições modernas as razões para tal achado, em vez de atribuí-lo a uma suposta natureza humana, marca uma posição distanciada de um enfoque eminentemente psicológico na compreensão do fenômeno, sem, contudo, convergir para uma visão fechada que elimine em definitivo a atividade humana e sua capacidade de pensar e julgar.

  • QDIABO