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ID
206251
Banca
FEPESE
Órgão
SEFAZ-SC
Ano
2010
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A inflação é um fenômeno monetário que pode ter efeitos reais significativos no curto prazo. Sobre os instrumentos de medida da inflação e seus efeitos reais de curto prazo, pode-se afirmar:

Alternativas
Comentários
  • a) O efeito Tanzi diz respeito à degradação (DIMINUIÇÃO) da arrecadação do governo devida à inflação. F

    b) É consequência do aumento de empregos devido ao aquecimento de mercado gerado pela inflação.F

    c) Correto.V

    d) A valorização do real não aumenta necessariamente a inflação. Para que isto ocorra é preciso que o aumento seja persistente. Em 2009, houve efeito desinflacionário, apesar da valorização do real. F

    e) Não é um conceito de "inflação pura" e sim uma definição marxista de inflação. Nesta concepção, os trabalhadores desejam salários que os capitalistas não querem pagar, os quais, por sua vez, desejam lucros que os trabalhadores não estão dispostos a aceitar. A inflação seria a maneira de a sociedade resolver o conflito, pois "adota um pouco de cada desejo".F
  • a) O efeito Tanzi afirma que quanto maior a taxa de inflação de uma economia, menor será a arrecadação, em termos reais, do governo.

    c) O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice oficial do Governo Federal para medição das metas de inflação. - CorretaO IPCA é utilizado para avaliar o impacto da variação de preços do trabalhador - Correção de salários, sendo considerado o índice oficial para metas da inflação.

    e) Inflação pura é quando os preços médios e os salários aumentam em igual proporção.
  • A) Errado. Segundo o texto para discussão interna nº 133, “O “Efeito Tanzi" e o Imposto de Renda da Pessoa Física: Um caso de indexação imperfeita", de Fabio Giamiagi, o chamado “efeito-Tanzi", o efeito Tanzi corresponde à perda de vantagem de valor real dos tributos em função do aumentos dos preços entre o momento da ocorrência do fato gerador e o momento em que o tributo é efetivamente recolhido aos cofres públicos, representa um fenômeno bastante conhecido e discutido na literatura teórica e nos trabalhos empíricos sobre finanças públicas.

    A existência de tal efeito é associada, em geral, aos tributos indiretos, com os quais se verificam “gap" típico entre aqueles dois momentos, que pode variar de alguns dias, no caso de estruturas de arrecadação relativamente modernas, até dois ou três meses, no caso de estruturas mais arcaicas.

    Com relação ao imposto de renda da pessoa física, entretanto, a literatura não tem ressaltado a ocorrência de tal efeito. Na realidade, muito pelo contrário, esse imposto aparece muitas vezes como um fator compensatório em relação do “efeito-Tanzi", devido à hipótese de que os rendimentos nominais da pessoa física se ajustam mais rapidamente ao aumento dos preços do que a tabela que define as faixas de renda sobre as quais incidem as alíquotas. Nesse caso, dado o caráter progressivo da tabela, as pessoas mudariam de faixa e o valor real da arrecadação poderia aumentar ainda que o valor real dos rendimentos das pessoas não se tivesse modificado. Tal fato configura o que, de certa forma, poderia ser chamado de “efeito – Tanzi negativo", no sentido de que a inflação afetaria o nível real dos tributos da maneira contrária em relação ao efeito tradicional.

    Sendo assim, o efeito Tanzi consiste na redução real de arrecadação tributária à medida que aumenta a inflação, já o efeito Tanzi negativo as pessoas passam para alíquotas mais elevadas quando suas rendas nominais aumentam.

    B) Errado. Curva de Phillips, que mostra uma relação inversa (um trade-off) entre inflação e desemprego. Considerando que o nível de produto está diretamente relacionado ao nível de emprego, ou inversamente ao de desemprego, e sabendo que a inflação corresponde a um aumento no nível geral de preços, a Curva de Phillips fornece-nos um guia sobre o que devemos buscar em termos de modelo de oferta agregada. Se quisermos ganhar mais produto (ou, nos termos da Curva de Phillips, reduzir o desemprego), poderemos obtê-lo, mas em troca teremos também preços mais elevados (mais inflação). Fonte: Economia Micro e Macro, de Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos. Sendo assim, a primeira parte da questão, a relação inversa entre inflação e desemprego descrita pela curva de Phillips, está correta, contudo a segunda parte ,“é uma consequência da inflação de custos (como o choque do petróleo)", está incorreta, visto que a relação inversa entre inflação e desemprego dada pela curva de Phillips é consequência da inclinação positiva da curva de oferta agregada.

    C) Correto. O IPCA é considerado o índice oficial do governo, segundo o site do IBGE, o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor–SNIPC produz contínua e sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo–IPCA que tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias.

    Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.

    Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Grande. Fonte:https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=o-que-e

    D) Errado. Segundo o site do Senado, o Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna mede a variação de preços em geral na economia, considerado mais amplo, e é composto por uma média ponderada dos seguintes índices: Índice de Preços ao Produtor Amplo, antigo Índice de Preços por Atacado (IPA), com peso de 60%; Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido no Rio de Janeiro e em São Paulo, com participação de 30%; e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10%. O conceito de DI refere-se à variação de preços que afetam atividades econômicas relativas à produção nacional e às importações. Fonte: www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/igp-di. O IPCA, conforme descrito no item anterior, é um indicador que mede os custos de vida das famílias com renda mensal até 40 salários mínimos. A questão inverte a ordem, pois Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi maior do que calculado pelo Índice Geral de Preços (IG-DI), no ano de 2009.

    E) Errado. A inflação pura acontece quando todos os custos e preços sobem “pari passu" em todos os pontos no tempo, e que mesmo em nosso processo inflacionário impuro, no processo inteiro, o movimento inflacionário total de todos os custos e preços é o mesmo. Estamos, então, falando sobre deslocamentos inflacionários ascendentes tanto das funções de demanda como de custo em percentagens iguais, sendo assim, todos os preços se movem juntos a um mesmo ritmo, e na qual haja uma expansão excessiva da moeda (muito além do necessário para financiar o crescimento real normal da economia a preços estáveis), no mesmo ritmo. Não há, na verdade, maneira de determinar, pela simples observação dessa inflação pura, qual de todas as variáveis possíveis - moeda, estrutura salarial, preços internacionais ou alguma outra - foi a causa final. Qualquer uma poderia sê-lo, levando, nessa puríssima forma de inflação, ao mesmo conjunto de movimentos observados de variáveis econômicas. Fonte: Uma visão moderna do fenômeno da inflação, de Arnold C. Harberger. Como a inflação pura os preços médios e os salários variam na mesma proporção, mantendo o poder de compra dos trabalhadores e sem alterar a distribuição de renda, não há em que se falar em conflitos distributivos decorrentes dela.

    Gabarito: Letra “C".