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ID
2068246
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

     O levante de Jacareacanga não durou vinte dias. Contudo, o episódio era indicativo do alto grau de instabilidade política do país. O presidente que os oficiais da Aeronáutica queriam derrubar fora empossado no cargo havia menos de um mês, alguém que vinha de uma carreira política de prestígio construída dentro do PSD mineiro: deputado federal, prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais.


Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 412 (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue (C ou E) o item seguinte, a respeito da trajetória da experiência política brasileira entre 1946 e 1964.

O texto faz referência à crise política decorrente da vitória eleitoral de Juscelino Kubitschek nas eleições presidenciais de 1955, cerca de um ano após a morte dramática de Getúlio Vargas. Refeita a aliança PSD–PTB, que possibilitou a vitória da chapa JK–João Goulart, ganhou corpo a campanha oposicionista, conduzida basicamente pela União Democrática Nacional (UDN), que contestava o resultado do pleito e se opunha à posse do presidente eleito.

Alternativas
Comentários
  • A apuração dos votos foi demorada. Em 3 de outubro de 1955, JK elegeu-se com 3 077 411 votos (35,68%), o general Juarez Távora recebeu 2 610 462 votos (30,27%), Ademar de Barros conseguiu 2 222 725 votos (25,77%) e Plínio Salgado conquistou 714 379 votos (8,28%). Juscelino obteve 400 000 votos a mais que o candidato da União Democrática Nacional Juarez Távora, e 800 000 votos a mais que o terceiro colocado, o ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Juscelino foi favorecido pelo lançamento da candidatura de Plínio Salgado, que tirou votos do candidato Juarez Távora.

    A UDN tentou impugnar o resultado da eleição, sob a alegação de que Juscelino não obteve vitória por maioria absoluta dos votos. A posse de Juscelino e do vice-presidente eleito João Goulart só foi garantida com um levante militar liderado pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott que, em 11 de novembro de 1955, depôs o então presidente interino da República Carlos Luz. Suspeitava-se que Carlos Luz, da UDN, não daria posse ao presidente eleito Juscelino. Assumiu a presidência, após o golpe de 11 de novembro, o presidente do Senado Federal, Nereu Ramos do partido de JK, o PSD. Nereu Ramos concluiu o mandato de Getúlio Vargas que fora eleito para governar de 1951 a 1956. O Brasil permaneceu em estado de sítio até a posse de JK em 31 de janeiro de 1956.

  • Carlos Luz era do PSD tb, mas opunha-se ao JK, não da UDN

  • Revolta de Jacareacanga aconteceu no primeiro mês de Juscelino Kubitscheck e representou um pequeno ensaio de um golpe militar.

    O governo de Juscelino Kubitscheck foi marcado por vários problemas logo no começo do mandato. Quando eleito, mas antes mesmo de tomar posse do cargo, militares insatisfeitos com a vitória eleitoral de Juscelino tentaram impedir a posse do candidato. Os revoltosos requeriam uma nova eleição para o cargo de Presidente do Brasil alegando que a eleição de Juscelino não seria adequada para o Brasil. Entretanto foi outro militar, o general Henrique Lott, que, como Ministro da Guerra, empenhou seus esforços para sufocar a revolta e garantir a legalidade do governo de Juscelino, conferindo sua legítima posse.

    Fonte: Infoescola

  • Diante do resultado, a UDN, sob a alegação de que Juscelino Kubitschek não alcançara a maioria absoluta dos votos, tentou impugnar o resultado da eleição.

    Gabarito: Certo

  • "chapa JK- João goulart" presidente e vice eram independentes nas eleições

  • "conduzida basicamente pela União Democrática Nacional (UDN)": essa passagem põe em dúvida o gabarito, visto que os militares "entreguistas" também tiveram participação central e ativa na campanha oposicionista.

  • "Em 9 de novembro de 1955, Carlos Lacerda, líder da facção, estampava na Tribuna da Imprensa editorial que conclamava ao golpe militar: "Esses homens não podem tomar posse, não devem tomar posse nem tomarão". Dois dias depois, o ministro da Guerra, o legalista marechal Lott, desfechava [...] um golpe preventivo que afastava do poder o grupo dos que conspiravam contra o resultado eleitoral." (RICUPERO, A Diplomacia na Construção do Brasil, p. 373)