SóProvas


ID
2068261
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

    A atmosfera política era de grande agitação não apenas entre os militares, políticos e empresários que queriam livrar-se do governo. João Goulart defrontara-se, no início de 1964, com sua própria fragilidade. Chegara à Presidência da República por acaso e por sorte, após a surpreendente renúncia de Jânio Quadros e contra a vontade dos ministros militares, que só admitiram sua posse depois de tratativas políticas que o enquadraram.


Carlos Fico. Além do golpe: a tomada do poder em 31 de março de 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 16 (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue (C ou E) o item subsequente, relacionado à crise final do regime da Constituição de 1946.

Tendo tomado posse em 31 de janeiro de 1961, Jânio Quadros renunciou em 25 de agosto do mesmo ano. Temendo as consequências do gesto considerado perigoso e injustificável, o Poder Legislativo, sob a presidência do senador Auro Moura Andrade, esforçou-se por demover o presidente de seu intento, tendo postergado ao máximo a leitura do texto da renúncia no plenário do Congresso Nacional.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO

     

    Logo após renunciar Jânio partiu apressadamente de Brasília e desceu em São Paulo, no aeroporto de Cumbica, que então uma base militar. Aí recebeu um apelo de governadores dos Estados, entre os quais se encontravam Carvalho Pinto, de São Paulo, e Magalhães Pinto, de Minas Gerais, para que reconsiderasse seu gesto. Afora isso, não houve nenhuma outra ação significativa pelo retorno do presidente. Cada grupo tinha razões de queixa contra ele e começava a a tomar pé na nova situação. Como renúncias não são votadas e sim simplesmente comunicadas, o Congresso tomou apenas conhecimento do ato de Jânio. A partir daí, a disputa pelo poder começou.

  • Errado. Ele até pensou que isso fosse acontecer ( e arquitetou sua renúncia baseado nisso), achando que o Legislativo temendo Jango no poder, o convenceria a ficar. Mas, estava errado. Acabou dando um tiro no próprio pé. 

  • Na época especulou-se que, na verdade, o presidente pretendia apenas causar uma comoção popular e em seguida voltar ao cargo aclamado pela população, principalmente porque ele já havia renunciado a outros cargos antes. Comentava-se que ele costumava recorrer a cartas de renúncia em momentos de tensão, mas que não eram uma vontade verdadeira. Em entrevista concedida em 1992, Jânio Quadros confirmou que a sua renúncia era um blefe e ninguém chorou para sua volta.

  • Errado. Até mesmo pq a renuncia de Jânio Quadros foi uma tentativa de golpe, ele acreditava que quando renunciasse teria apoio popular para retornar ao poder, no entanto, isso não aconteceu. Jânio ainda tentou voltar depois, mas o congresso não aceitou.

  • O Poder Legislativo não se esforçou em demover o presidente de seu intento.

    Gabarito: Errado

  • Errado

    Tendo tomado posse em 31 de janeiro de 1961, Jânio Quadros renunciou em 25 de agosto do mesmo ano. Temendo as consequências do gesto considerado perigoso e injustificável, o Poder Legislativo, sob a presidência do senador Auro Moura Andrade, esforçou-se por demover o presidente de seu intento, tendo postergado ao máximo a leitura do texto da renúncia no plenário do Congresso Nacional.

    Ao contrário, Auro Moura, não tentou demover o presidente de seu intento, muito pelo contrário, esforçou-se, ao máximo, para ler o texto da renúncia no plenário o mais rápido possível e, assim, empossar seu substituto, o deputado Paschoal Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara, na velocidade da luz.

    “O presidente renunciante se desgastará com quase todas as forças políticas, por diferentes razões, e ainda que tivesse prestígio difuso na população, não contava com organizações dispostas a se colocar a seu lado.” (SCHWARCZ, Lilia Moritz. Olhando para dentro. Vol.4, pag. 125)

    “Logo após renunciar Jânio partiu apressadamente de Brasília e desceu em São Paulo, no aeroporto de Cumbica, que então uma base militar. Aí recebeu um apelo de governadores dos Estados, entre os quais se encontravam Carvalho Pinto, de São Paulo, e Magalhães Pinto, de Minas Gerais, para que reconsiderasse seu gesto. Afora isso, não houve nenhuma outra ação significativa pelo retorno do presidente. Cada grupo tinha razões de queixa contra ele e começava a a tomar pé na nova situação. Como renúncias não são votadas e sim simplesmente comunicadas, o Congresso tomou apenas conhecimento do ato de Jânio. A partir daí, a disputa pelo poder começou.” (Boris Fausto, pag. 442)

    Na segunda salva, o ministro da Justiça levara a carta de Jânio ao Senado certo de que não haveria parlamentares suficientes em Brasília para a abertura de uma sessão extraordinária do Congresso. Engano: a denúncia de Lacerda superpovoara a capital habitualmente deserta após o almoço de sexta-feira. Em quatro minutos e meio o senador Auro Moura Andrade, presidente do Congresso, leu a carta, deu conhecimento ao plenário da “renúncia do mandato do Presidente da República Sr. Jânio Quadros”, informou que ele já não estava em Brasília e convidou os parlamentares para a posse do seu sucessor constitucional, marcada para dali a dez minutos. Um deputado atirou-lhe um microfone, outro tentou arrebatar-lhe o documento, mas menos de meia hora depois, no palácio do Planalto, assumia o deputado Paschoal Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara. Coube a Denys nomear o seu chefe do Gabinete Militar e nele colocou Geisel. Um Congresso contra o arbítrio: Diários e memória. (Gaspari, Elio A Ditadura Derrotada. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca: 2014. Pag. 68)

  • Jânio Quadros foi tipo aquela namorada que termina esperando que você fique nos pés dela implorando pra voltar, mas na verdade você já queria se livrar dessa peste.

  • O alecrim dourado achou que o Congresso fosse correr atrás dele para evitar que o Jango tomasse o poder.

    Iludido, tadinho.