A questão é atual, mas já foi colocada em destaque muitos anos atrás pelo psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934). No livro A Formação Social da Mente - O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores (220 págs., Ed. Martins Fontes, tel. 11/3116-0000, 46,50 reais), ele esclarece que o educador deve ter estratégias diferenciadas para atender os alunos, já que todos não detêm os mesmos conhecimentos nem aprendem de forma igual.
Admitir a heterogeneidade como uma característica não é o mesmo que lidar com ela na prática, e muitos questionamentos permeiam o dia a dia de quem ensina. Requer que aprimore os critérios didáticos para enfrentar o problema de aprendizagem.
No livro A Prática Educativa: Como Ensinar (224 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 60 reais), Antonio Zabala, especialista espanhol em Filosofia e Psicologia da Educação, explica: "Em cada caso, utilizamos uma forma de ensinar adequada às necessidades do aluno. Segundo as características de cada um, estabelecemos um tipo de atividade que constitui um desafio alcançável, mas um desafio, e, depois, lhes oferecemos a ajuda necessária para superá-lo".
O atendimento a alunos em turmas heterogêneas deve seguir a característica da turma. Atendimentos diferenciados aos educandos direciona a prática pedagógica em outras atividades, pois o professor saberá lidar com cada um de acordo com o seu conhecimento. Paralelamente a essa ação pedagógica, o ensino aprendizagem em turmas heterogêneas tem que ser um trabalho mútuo em que as crianças participem da construção da aprendizagem, colaborando com a professora e os colegas. As atividades em grupos podem ser tumultuadas, mas são essas que proporcionam a participação, que motivam a curiosidade entre as crianças e que libera a vontade de aprender ao ver o outro coleguinha participando.