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ID
2230213
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Natal - RN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

“Quando se começa a refletir sobre o que seja ética, e sobre os fundamentos de ética, damo-nos conta que quão complexa é a questão. Mas ao mesmo tempo vemos que todos nós, de um modo ou de outro, temos nossas convicções ‘éticas’, possuímos nossa ‘ética’. Para termos tal ‘ética’, temos de nos basear em algum fundamento, algum pressuposto filosófico e valorativo. Mas, é curioso notar que a maioria das pessoas, apesar de possuírem esses fundamentos e pressupostos, poucas vezes pararam para refletir e tomar consciência de quais seriam esses pressupostos.”

(Guareschi, 2003, p. 50.)

De acordo com o fragmento de texto, os fundamentos e pressupostos de um compromisso ético-político no âmbito da psicologia social, pautam-se, portanto:

Alternativas
Comentários
  •  O sistema capitalista pressupoe que todos têm livre acesso às posses. Segundo Maria Helena de Souza Patto (1987), os aparelhos ideológicos do Estado disseminam a idéia de que todos os indivíduos podem ascender socialmente e se isso não ocorre, a culpa é, unicamente, do indivíduo. 

    Com base nessa ideologia, qual o compromisso da psicologia? 

    Segundo Lastória (2004), a importância da Ética cresce à medida que a sociedade valoriza a individualidade e a racionalidade instrumental, ao mesmo tempo em que não conseguem atender, de maneira satisfatória, os direitos humanos.

    O mesmo autor comenta alguns dilemas gerados pela Ciência e a Tecnologia, por exemplo: a Engenharia Genética, a degradação ecológica, os movimentos sociais reivindicatórios pelos direitos trabalhistas e humanos, e a corrupção em que os governos estão envolvidos.

    Segundo Romaro (2006), as profissões, de modo geral, constituem-se a partir de um conjunto de práticas, norteadas por elevados padrões técnicos e de normas éticas que buscam responder às necessidades sociais a que se propõem. Assim sendo, cada profissão deve refletir seu compromisso ético em sua práxis, responsabilizando o profissional pelas implicações isoladas e coletivas de suas ações. Os Códigos de Ética não são apenas leis fixas e imutáveis, mas, sim, princípios norteadores que correspondem às necessidades da sociedade, bem como ao compromisso da profissão frente à mesma.

    De acordo com Checchia e Souza (2003), a Psicologia foi regulamentada no Brasil em 1962 e, desde então, a profissão foi se ampliando; antes disso, a Psicologia aplicada já possuía uma História, que influenciou os cursos de formação e a própria profissão. Nesse processo, os cursos de formação constituíram-se nos moldes do liberalismo, que valorizava o emprego de técnicas e atendimentos individuais. Os autores afirmam que o Regime Militar encontrou na Psicologia um forte aliado para controlar a população e disseminar a ideologia de adaptação do indivíduo à sociedade (continua) 

  • A Psicologia não apenas sucumbe à alienação e à dominação, como, também, se perde na responsabilidade de zelar pela sua própria imagem, deixando que a negligência acarrete a banalização da profissão e do profissional, como é o caso dos testes psicológicos. O Psicólogo deve zelar pelos instrumentos privados de avaliação, seja na divulgação dos resultados de testes psicológicos, na aquisição do material ou, mesmo, na guarda dos instrumentos (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005).

    À vista do exposto consideramos que a Psicologia deve se tornar crítica de si mesma, para que, dessa forma, possa assumir o seu papel de responsabilidade social, cultural e política, e vir a ser, realmente, emancipatória.

    O profissional deve ser consciente da pressão do Capitalismo e não deve sucumbir à mesma; embora, na sociedade brasileira, as dificuldades e impasses financeiros e burocráticos, muitas vezes, contribuam para um exercício da Psicologia em condições desfavoráveis, em que profissionais estão, muitas vezes, mais preocupados com sua sobrevivência no mercado de trabalho do que com sua prática ética.